O depoimento do ex-prefeito Antonio Belinati durante esta tarde durou pouco menos de uma hora. A imprensa teve acesso ao teor das declarações do ex-prefeito, cujo depoimento ao juiz Arquelau Ribas, da 4a Vara Criminal, foi de cinco laudas de páginas.
Em um trecho das declarações prestadas na tarde de hoje, Belinati negou que tivesse "afinidades" com o ex-diretor administrativo financeiro da Comurb, réu confesso Eduardo Alonso. Segundo Belinati, Alonso foi indicado, como já afirmara antes, pelo deputado federal José Janene (PPB) para administrar a antiga Comurb.
O ex-prefeito ainda negou que tivesse procurado Eduardo Alonso e lhe oferecido dinheiro para que o ex-diretor da companhia permanecesse calado quanto às constantes fraudes na Comurb: "Não é verdade que ofereci um centavo sequer a Alonso para que ele calasse a boca", diz o trecho do documento.
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Em depoimento prestado ao juiz Arquelau no dia 25 de maio, Alonso narrou que quando concedeu as primeiras entrevistas sobre o caso de corrupção, Gino Azzolini, ex-secretário de Governo, esteve na Comurb e o avisou que “quem começa a falar isso é porque quer alguma coisa”. Nesta oportunidade, Gino teria oferecido a Alonso R$ 5 milhões para que “sumisse” de Londrina.
Na seqüência, Alonso afirmou que recebeu proposta do deputado José Janene, em nome de Belinati, para que aceitasse U$ 200 mil para não prestar depoimento na comissão especial de inqúerito na Câmara, que também averiguava as fraudes. Tal proposta, segundo Alonso, foi feita no apartamento do deputado Janene, que , telefonando a Carlos Jr. (Cassemiro Zaviercuha), afirmou que entregaria U$ 50 mil naquele momento e o restante depois.
O dinheiro viria, de acordo com os dizeres de Janene relatados por Alonso, da empresa de transporte Grande Londrina, que pleiteava aumento na tarifa dos coletivos. O deputado, à época, também negou todas as acusações.
(colaborou Marcelo Frazão)