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Previdência

Em 'maratona' por reforma, Temer indica que pode negociar aposentadoria rural

Tânia Monteiro e Daiene Cardoso - Agência Estado
29 mar 2017 às 12:36

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Em uma verdadeira maratona para enquadrar parlamentares pela aprovação da reforma da Previdência, o quanto antes, o presidente da República, Michel Temer, abriu espaço para negociar a questão da aposentadoria rural, um dos entraves do texto, segundo os congressistas. Esse seria mais um recuo do governo nas negociações, que, na semana passada, já abriu mão dos servidores estaduais e municipais.

Apesar de o presidente não explicar o que poderia ser aberto para negociação do projeto do governo, sinalizou que a aposentadoria rural poderá ser objeto de discussão. Pelas proposta do governo, trabalhadores rurais teriam as mesmas regras de aposentadoria que os demais trabalhadores. Esse ponto é foco de resistência, principalmente, das bancadas do Norte e Nordeste.

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Ao mesmo tempo que tenta convencer deputados e senadores, o governo está pressionando também ministros políticos, representantes de partidos, para evitar novas traições na base aliada, como ocorreu na semana passada na votação da terceirização na Câmara. As planilhas preliminares de contabilização de votos para a reforma da Previdência serão feitas pelos ministros com suas bancadas. O governo quer ter uma radiografia completa desse quadro para que não haja nenhum tipo de dúvida de sua aprovação na comissão especial.

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Governadores de partidos aliados também serão acionados para que convençam parlamentares da bancada dos respectivos Estados sobre a importância da aprovação.

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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, fez várias reuniões na terça-feira com ministros para pedir empenho no convencimento dos deputados. Antes da reunião de "realinhamento de discurso" no Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu em sua casa líderes dos partidos para também discutir as reformas.


Voto a voto

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O governo quer contabilizar e juntar todos os votos necessários para aprovação da reforma da Previdência, depois do susto inicial da aprovação do projeto que regulamenta a terceirização, que teve 231 votos favoráveis, 188 contra e 8 abstenções. Para a PEC, são necessários 308 votos e Temer quer cobrar da base aliada garantia de fidelidade à votação da reforma da Previdência.


Ficou acertado na reunião com Temer que o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy e o líder do governo na Câmara, Agnaldo Ribeiro (PP-PB) vão fazer cronograma de conversa com as bancadas, ajudando até mesmo na contabilização dos votos.

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Na segunda rodada de reuniões do dia, desta vez com os senadores, Temer tentou derrubar o argumento de que a matéria é impopular e pode prejudicar a reeleição dos parlamentares. Para isso, usou seu exemplo, lembrando que, quando foi relator da reforma da Previdência no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lhe disseram que poderia perder votos. "Sabem o que aconteceu? Na eleição anterior eu tive 78 mil votos. Na eleição depois de aprovada a reforma eu tive 208 mil", rebateu.


"O presidente está disposto a dialogar para não ferir os princípios da reforma", declarou ao jornal O Estado de S. Paulo o deputado Danilo Forte (PSB-CE). Segundo Danilo, o presidente Temer reconheceu ainda que "é preciso melhorar a interlocução com a sociedade para explicar o que é exatamente a reforma da Previdência".

Os parlamentares se queixaram ainda da comunicação do governo, que precisa explicar melhor a reforma.


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