Alinhamento com o governo de Ratinho Júnior, discursos ideológicos e polarização política marcaram o primeiro semestre da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), que entrou em recesso após a sessão do último dia 15.
Os trabalhos serão retomados no dia 5 de agosto e a expectativa é pela eleição nova Mesa Executiva; depois disso, o Legislativo deverá ter pouca movimentação até outubro, já que a maioria dos parlamentares estará envolvida na campanha para as eleições municipais.
A votação que mais chamou a atenção no primeiro semestre deste ano foi a aprovação do projeto Parceiro na Escola, que autoriza a terceirização de serviços em 204 colégios do estado. Em apenas as uma semana e em regime de urgência, a ampla base Ratinho Júnior (mais de 40 votos do total de 54) garantiu a aprovação de uma proposta polêmica do governo, sem debates e sem audiências públicas.
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Ao fazer o balanço do semestre, o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), assumiu o alinhamento com o governo e disse que o principal problema enfrentado pelo Legislativo foi a ocupação das galerias por servidores contrários à votação do Parceiro na Escola, no dia 3 de junho.
Os professores entraram em greve e pediram a retirada do projeto, mas os deputados aprovaram a proposta em duas sessões on-line, em seus gabinetes.
“O compromisso assumido foi cumprido com o governo, por entendermos que a matéria era relevante e de interesse da sociedade paranaense”, disse Traiano em matéria publicada no site da Alep. “Também cumprimos religiosamente com prazos de outros temas, fomos até muito rápidos em determinadas matérias que aqui tramitaram.”
ALEP "CARIMBADORA"
Para o líder da oposição, Requião Filho (PT), a ampla base de apoio ao governo (o que garante com folga os principais postos de comando da Casa) e a possibilidade de o Executivo encaminhar projetos no regime de urgência, que dispensa discussões, transformaram a Alep em uma espécie de “carimbadora”.
“A Assembleia tem se mostrado uma casa de carimbos dos outros poderes. É o cartório mais rápido do Brasil. "
Requião Filho critica o fato de projetos de parlamentares serem barrados enquanto propostas de outros órgãos e poderes tramitarem com rapidez.
“A aprovação do Parceiro na Escola mostrou que essa história de diálogo é balela. Projetos do governo são aprovados em uma semana, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e do Tribunal de Contas em dois dias. É uma assembleia fraca, não é uma casa de fiscalização e debate, ela é apenas mais uma etapa da burocracia necessária.”
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: