O empresário Luiz Abi Antoun foi levado no fim da noite desta quinta-feira (11) para a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL I). O mandado de prisão foi cumprido quando ele se entregou por volta das 22h na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Abi era um dos foragidos da segunda fase da Operação Publicano, deflagrada na última quarta-feira (10). A ação do Gaeco culminou na prisão de 49 pessoas, entre auditores fiscais, contadores, empresários e um advogado. Outras 11 pessoas seguem sendo procuradas.
O promotor Jorge Fernando Barreto da Costa disse que o empresário se apresentou ao lado do advogado. O investigado contou que estava viajando e por conta de um problema no carro só conseguiu chegar em Londrina durante a noite. Ele e os demais envolvidos devem prestar depoimento a partir de segunda-feira.
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A nova fase da operação atinge a alta cúpula da Receita Estadual e envolve as principais delegacias do Paraná: Curitiba, Londrina e Maringá. As figuras envolvidas - essencialmente os auditores - teriam se unido para facilitar a sonegação fiscal mediante pagamento de propina.
O auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que firmou acordo de delação premiada, disse em um dos depoimentos que o esquema criminoso existia dentro da Receita pelo menos desde 1985. As propinas cobradas chegavam a R$ 300 mil. O arranjo pode ter arrecadado R$ 38 milhões só em 2014.
O Ministério Público aponta Luiz Abi como "o verdadeiro gestor político da Receita Estadual". Parente do governador Beto Richa (PSDB), o empresário figurava com trânsito livre no Palácio do Iguaçu até ser preso em março por fraude em licitação na Operação Voldemort.
A Justiça já aceitou as denúncias contra 62 pessoas - sendo 15 auditores fiscais - na fase anterior da Operação Publicano.