O Bonde traz diariamente a sinopse do noticiário político nos principais jornais do país. Confira os destaques desta sexta-feira:
Folha de São Paulo
* A incerteza no cenário político brasileiro elevou o dólar a R$ 2,472, seu maior patamar neste ano até agora, e provocou queda de 4,08% na Bolsa de São Paulo. A moeda norte-americana teve alta de 1,35%.
O risco-país, que mede o temor dos investidores em relação à dívida brasileira, disparou 5,7%. Os três indicadores chegaram a níveis de novembro, quando a economia sofria os efeitos da crise Argentina.
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Contribuíram para o nervosismo dos investidores temores de denúncias capazes de abalar a candidatura de Serra e rumores sobre pesquisas de intenção de voto em que o governista perderia posições.
Outro fator que, segundo analistas, também influi na alta do dólar e do risco-país é o mau desempenho da economia brasileira neste ano. Houve queda na produção industrial e na renda do trabalhador.
* Os quatro principais pré-candidatos ao Planalto, reunidos pela Confederação Nacional da Indústria, apresentaram fórmulas muito parecidas para resolver os problemas econômicos do País. A platéia, formada por 300 empresários, achou que faltou um maior detalhamento das propostas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS).
Lula voltou a apresentar um discurso moderado. Empresários disseram não temer sua eventual eleição.
* O empresário Ricardo Sérgio de Oliveira ajudou a favorecer em 1995, quando era diretor do Banco do Brasil, empresas de Gregório Marin, na época sócio em terreno do hoje presidenciável tucano, José Serra.
* O ex-presidente do Superior Tribunal Justiça Paulo Costa Leite renunciou ao posto de vice do pré-candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, e pediu sua desfiliação da sigla "em caráter irrevogável".
O Estado de São Paulo
* O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou ontem, em caráter liminar, três pontos fundamentais da Lei de Responsabilidade Fiscal e abriu brechas para que o poder público amplie gastos.
* O ministro da Fazenda, Pedro Malan, fez ontem um apelo aos senadores para que não atrasem mais a aprovação da CPMF e defendeu a manutenção do tributo a longo prazo.
* O mercado financeiro teve ontem mais um dia de nervosismo e especulação. Além da compra de dólares por tesourarias de bancos, operadores notaram um aumento da demanda por proteção cambial (hedge) pelas empresas, a partir de boatos. O mais insistente deles dizia que o candidato do PSDB , José Serra, aparecerá em terceiro lugar nas próximas pesquisas eleitorais.
O Globo
* A especulação com o resultado de pesquisas que ainda nem estão prontas levaram ontem o dólar à maior cotação desde novembro e a Bovespa ao seu pior nível em seis meses. Bancos e agências de classificação de risco estrangeiros estão atuando no que vem sendo chamado de "mercado futuro de pesquisas". O presidente Fernando Henrique condenou a ação de quem, segundo ele, busca apenas o lucro.
* Os quatro principais pré-candidatos à Presidência debateram com 400 empresários, na CNI, propostas para a retomada do crescimento econômico. Os empresários ficaram satisfeitos com a semelhança entre as plataformas, elogiaram Lula (PT) mas não esconderam a preferência pela continuidade.
* O procurador da República Luiz Francisco de Souza está tentando convencer o empresário Daniel Dantas, um dos donos do Opportunity, a contar o que sabe sobre as supostas irregularidades cometidas pelo ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira nos processos de privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce.
Jornal do Brasil
* O boato nascido em Brasília de que uma pesquisa de opinião registra a queda do candidato do governo à Presidência, José Serra, de segundo para terceiro lugar na preferência do eleitorado, se espalhou pelo mercado financeiro, ultrapassou fronteiras e provocou grande tumulto.
* O presidente Fernando Henrique decidiu fazer mudanças no comando da campanha de seu candidato.
Correio Braziliense
* Dia de más notícias para o candidato do PSDB, José Serra. O PMDB agora não tem mais pressa para indicar seu vice. Boatos de que Serra cairia ainda mais na próxima pesquisa eleitoral movimentaram o mercado financeiro. E o tucano ainda disse aos peemedebistas saber que vem "mais coisa" contra ele.