Hesitante, o cabo Luiz Antonio Jordão conta que tem sido perseguido pelo secretário-chefe da Casa Militar desde a campanha de reeleição do governador Jaime Lerner (PFL). Ele diz que foi convidado para trabalhar na campanha ao lado de dois policiais militares politicamente contrários a Vieira. "Acabei sendo taxado como sendo da ala anti-coronel Vieira. Talvez até minha saída da Inteligência tenha ocorrido em função disto", argumenta, relatando que foi proibido de atuar na segurança da campanha de reeleição do prefeito Cassio Taniguchi (PFL).
Ele afirma que mora com a ex-policial militar Lilian Regina Klosienski, 37, com quem tem um filho de um ano e dois meses. Lilian chegou a trabalhar em atividades pessoais do coronel Vieira. O próprio cabo Jordão teria feito uma monografia para Vieira e conquistado o primeiro lugar por ele na Escola Superior de Polícia de Santa Catarina. Outros policiais militares também realizariam atividades pessoais para o chefe da Casa Militar. Os soldados Álvaro e Mocelin e o cabo Silva usariam veículos oficiais descaracterizados para entregar refeições e jornais para familiares de Vieira. "Isto aconteceu nestes seis anos de governo" diz.
Jordão contou ainda que tem conhecimento de policiais militares que trabalharam na reforma da casa oficial do coronel e numa segunda casa. "Eles estavam 24 horas por dia à disposição dele. Sei que estou preso mesmo, mas posso falar de cadeira. Se pegar as escalas da Casa Militar, o pessoal que trabalhou na primeira casa, só depois de terminarem foram colocados no serviço ativo da Casa Militar", recorda.
Leia mais:
Cotada para a Saúde, superintendente do HU entra na equipe de transição em Londrina
Belinati defende licitação para compra de uniformes e diz que a 'bola está com o TCE'
Moraes autoriza transferência para Brasília de general e tenente-coronel presos por trama golpista
Núcleo empresarial de Londrina defende recursos para o Teatro Municipal
Outras irregularidades teriam sido encontrados no Serviço de Transporte Aéreo (STA) onde Jordão trabalhou após ter sido afastado do serviço de Inteligência. Ele mesmo teria retirado da folha do STA o piloto Álvaro Alberto de Barros, que constava da planilha de funcionários e que estava afastado das atividades desde o governo Roberto Requião. "Passamos ele apenas para a Casa Militar. Ele continua a receber seus vencimentos normalmente, mesmo sem trabalhar. Nestes dois anos que estive lá, ele não compareceu um dia ao trabalho", relata.