O cabo Luiz Antonio Jordão reforça as suspeitas de que o secretário especial de gabinete, Gerson Guelmann, também tivesse conhecimento das atividades do funcionário e técnico Gilberto Maria Gonçalves. Ele contou que uma vez foi chamado para verificar um problema telefônico na casa de Guelmann. Ele teria ido com o técnico Jefferson Martins Stoner, da empresa Defense Assessoria e Consultoria, para a realização de uma varredura nas linhas. Nenhum grampo foi encontrado. Na mesma noite, por volta das 0h30, Gonçalves teria chegado na casa do secretário com diversos equipamentos de gravação e fitas cassetes.
Ele lembrou ainda que durante a campanha de reeleição do governador Jaime Lerner teve informações de que um grampo teria impedido a distribuição de jornais apócrifos do PMDB no interior do estado. "O Gilberto chegou contando que tinha informações de que sairia uma distribuição de jornais para o interior. A partir daquela informação foi montada uma verdadeira operação de guerra. Enquanto um pessoal da ala oposicionista do PMDB ia distribuindo os jornais, a nossa equipe ia recolhendo os jornais", conta.
Os locais onde seriam distribuídos os jornais já estavam mapeados. "Inclusive alguns veículos foram parados em postos da Polícia Rodoviária e no pedágio", afirma Jordão, ao lembrar que o fato teria ocorrido no final da campanha de reeleição. "Não sei se o Guelmann era o responsável. Mas o Gilberto era subordinado a ele. E isto faz pensar que há uma estrutura por trás disto. Ninguém age sozinho", salienta.
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Na última sexta-feira, Jordão diz que recebeu telefones de assessores de Guelmann e do próprio secretário. Ele teria dito que estava solidário com Jordão e teria proposto ajuda jurídica e financeira. "Não sei que tipo de ajuda financeira, não entrei no mérito da questão. Não faz parte da minha conduta", argumenta.
No final da tarde, ele teria recebido duas ligações de ameaça do telefone geral do Palácio Iguaçu. Na primeira ligação, um homem não identificado por ele teria dito que se o secretário Gerson Guelmann saísse do governo, ele era um homem morto. Na segunda ligação, a pessoa teria falado que todos os secretários de Estado estavam reunidos e se alguém caísse, eles iriam matá-lo. "Estou com medo. De ser morto e de ser preso. Sei que vou ser preso por estar revelando todas estas coisas, mas é a única garantia que eu tenho de continuar vivo", justifica.
Ele garante que os telefones da casa dele, do irmão e da sogra já estão grampeados. "Um rapaz com uma escada e um veículo descaracterizado foi visto na região mexendo na caixa de telefone que dá acesso à minha casa, da minha sogra e do meu irmão", complementa.