A insistência do governo em privatizar a Companhia Paranaense de Energia (Copel) quando a maioria da população é contra legitimou a invasão da Assembléia Legislativa por estudantes, na semana passada. A avaliação é do cientista social e político Ricardo Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A interpretação é reforçada pelo líder estudantil Edemir Maciel, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), um dos principais articuladores da manifestação, e por ex-militantes do movimento que, em maio de 1968, conseguiu impedir que o governo federal iniciasse pelo Paraná a cobrança de mensalidades nas universidades federais.
"Limitando o acesso e impedindo a entrada de cidadãos e até deputados, o governo desrespeitou o caráter público do Parlamento", afirma Oliveira, um dos barrados na entrada da Assembléia no início da votação do projeto de iniciativa popular que tenta impedir a venda da estatal, na terça-feira.
Edemir Maciel diz que a intenção dos cerca de mil manifestantes era entrar na Assembléia e ocupar as galerias com o objetivo de pressionar pela aprovação do projeto. "Houve uma atitude antidemocrática do presidente da Casa, Hermas Brandão (PTB), que não permitiu a entrada dos estudantes. A derrubada das grades e a ocupação do plenário foram reações espontâneas, por causa da proibição."
A invasão durou 25 horas e provocou a suspensão de duas sessões para a votação do projeto. Uma nova reunião está marcada para amanhã, às 14h30. Foi a primeira vez nos 147 anos da Assembléia em que a pressão de manifestantes consegue barrar a votação de um projeto –também foi o primeiro projeto de iniciativa popular na Casa, reunindo 120,9 mil assinaturas. O saldo econômico da invasão foi a destruição de um caixa eletrônico, do sistema de som, o sumiço de microfones e algumas lâmpadas quebradas, além de muita sujeira.
Para Oliveira o governo foi o responsável pelo tumulto, na medida em que não respeitou a opinião pública. Pesquisas, realizadas até por deputados governistas, apontam que mais de 90% da população quer manter a companhia sob o domínio público.
"A Copel é como a Petrobras: um dos instrumentos de desenvolvimento do Paraná, que virou um símbolo para as gerações que construíram o Estado. E essa geração está vendo a perda dessas alavancas de desenvolvimento", afirma o advogado Vitório Sorotiuk, um dos remanescentes da ocupação da reitoria da UFPR, em 1968, contra a cobrança de mensalidades.
O médico José Ferreira Lopes, outro integrante daquela manifestação, diz que a ocupação da Assembléia pelos estudantes "é uma sequência histórica" de lutas pela defesa do patrimônio público.
A interpretação é reforçada pelo líder estudantil Edemir Maciel, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), um dos principais articuladores da manifestação, e por ex-militantes do movimento que, em maio de 1968, conseguiu impedir que o governo federal iniciasse pelo Paraná a cobrança de mensalidades nas universidades federais.
"Limitando o acesso e impedindo a entrada de cidadãos e até deputados, o governo desrespeitou o caráter público do Parlamento", afirma Oliveira, um dos barrados na entrada da Assembléia no início da votação do projeto de iniciativa popular que tenta impedir a venda da estatal, na terça-feira.
Edemir Maciel diz que a intenção dos cerca de mil manifestantes era entrar na Assembléia e ocupar as galerias com o objetivo de pressionar pela aprovação do projeto. "Houve uma atitude antidemocrática do presidente da Casa, Hermas Brandão (PTB), que não permitiu a entrada dos estudantes. A derrubada das grades e a ocupação do plenário foram reações espontâneas, por causa da proibição."
A invasão durou 25 horas e provocou a suspensão de duas sessões para a votação do projeto. Uma nova reunião está marcada para amanhã, às 14h30. Foi a primeira vez nos 147 anos da Assembléia em que a pressão de manifestantes consegue barrar a votação de um projeto –também foi o primeiro projeto de iniciativa popular na Casa, reunindo 120,9 mil assinaturas. O saldo econômico da invasão foi a destruição de um caixa eletrônico, do sistema de som, o sumiço de microfones e algumas lâmpadas quebradas, além de muita sujeira.
Para Oliveira o governo foi o responsável pelo tumulto, na medida em que não respeitou a opinião pública. Pesquisas, realizadas até por deputados governistas, apontam que mais de 90% da população quer manter a companhia sob o domínio público.
"A Copel é como a Petrobras: um dos instrumentos de desenvolvimento do Paraná, que virou um símbolo para as gerações que construíram o Estado. E essa geração está vendo a perda dessas alavancas de desenvolvimento", afirma o advogado Vitório Sorotiuk, um dos remanescentes da ocupação da reitoria da UFPR, em 1968, contra a cobrança de mensalidades.
O médico José Ferreira Lopes, outro integrante daquela manifestação, diz que a ocupação da Assembléia pelos estudantes "é uma sequência histórica" de lutas pela defesa do patrimônio público.