Em meio aos debates sobre a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, começa a repercutir na internet vídeos em que o pastor "justifica" a morte de artistas, como John Lennon e dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas. "Ninguém afronta Deus e sobrevive pra debochar!", disse Feliciano sobre o ex-integrante dos Beatles, morto a tiros em 1980.
Os vídeos foram postados nesse Domingo (7), mas as imagens de um culto religioso são mais antigas. Não é possível identificar a data da gravação. Durante sua fala, o pastor lembrou a polêmica frase de Lennon, dita na década de 1960 em uma entrevista, de que a banda era mais famosa que Jesus Cristo. "Passou algum tempo depois dessa declaração, está ele [John Lennon] dentro do apartamento, quando abre a porta e escuta alguém chamar pelo nome. Ele vira e é alvejado com 3 tiros no peito", disse Feliciano. A reportagem tentou sem sucesso contato com o gabinete e com a assessoria do deputado para comentar as imagens.
A declaração de Lennon rendeu críticas aos músicos na época. Tempos depois Lennon se desculpou e disse ter sido mal interpretado. No vídeo, já com quase 61 mil visualizações, o pastor concluiu: "Eu queria estar lá no dia que descobriram o corpo dele. Ia tirar o pano de cima e dizer: "Me perdoe John, mas esse primeiro tiro é em nome do Pai, esse é em nome do Filho e esse em nome do Espírito Santo''".
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Em outro vídeo, provavelmente no mesmo culto, Feliciano também relaciona a morte dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas à vontade divina. A banda, que morreu num acidente aéreo em 1996, ficou conhecida por letras cômicas. O conteúdo das músicas, para o pastor, era inadequado. "Ao invés de virar pra um lado, o manche tocou pra outro. Um anjo pôs o dedo no manche e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças."
Desde que o deputado assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos, diversas frases polêmicas atribuídas a ele ganharam destaque. Algumas delas são usadas por ativistas como argumento para pedir sua renúncia do cargo por serem consideradas racistas e homofóbicas. Em declarações recentes, Feliciano afirmou que não pretende deixar o comando da comissão.