Em sua última sessão à frente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou nesta quarta, 18, que provavelmente vai disputar uma reeleição para a Câmara no ano que vem. Ele considerou que uma eventual disputa por um cargo de senador, como chegou a ser cogitado nesta ano, teria que ser algo "muito bem arrumado" para se viabilizar, uma vez que no pleito de 2014 haverá apenas uma vaga por Estado. "Se fossem duas vagas eu iria sem medo", disse o parlamentar.
Outro fator citado por Feliciano como um empecilho para uma disputa ao Senado é a indefinição dos candidatos que concorrerão por São Paulo, com a possibilidade de o ex-governador de José Serra (PSDB) participar do pleito. "Se fosse só o Suplicy (senador Eduardo Suplicy, do PT) eu entrava (na disputa)", disse Feliciano.
Segundo o deputado, uma corrida ao Senado entre ele e Suplicy mobilizaria o eleitorado conservador. "O Suplicy tem o sobrenome da Marta (ministra da Cultura e ex-esposa de Suplicy), que prejudicou os evangélicos. Dava uma briga bonita", resumiu. Ele deve definir seu destino político no início do ano que vem.
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Balanço. Em seu último dia na comissão, Feliciano fez um balanço que considerou "positivo" de sua gestão e disse que o debate "só não foi mais produtivo" porque siglas como o PT e o PSOL "abandonaram a comissão". "Colocamos os direitos humanos na pauta das pessoas; direitos humanos não é apenas beneficiar um ou dois grupos", disse.
Ao assumir a presidência do colegiado no início deste ano, Feliciano, acusado de racismo e homofobia, foi alvo de uma série de críticas de organizações de defesa dos direitos humanos e as sessões do grupo foram marcadas por protestos. "Teve muita gente que apostou que eu iria renunciar", disse o deputado.
A presidência de Feliciano fez com que a comissão fosse esvaziada e deputados como Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Érika Kokay (PT-DF) deixaram o colegiado em protesto. Dominada por parlamentares ligados às igrejas evangélicas, a comissão aprovou ao longo do ano, por exemplo, matérias consideradas pela população homossexual como retrocessos.
Uma das propostas permite que organizações religiosas expulsem de seus templos pessoas que "violem seus valores, doutrinas, crenças e liturgias" e ainda desobriga igrejas a celebrar casamentos em "desacordo com suas crenças".
Feliciano argumentou ainda que "não pensa" no dividendo político que o período à frente da comissão pode lhe trazer com o eleitorado evangélico. "Sou um político com posicionamento que defende o que pensa", concluiu.