O presidente Fernando Henrique criticou, ontem, o que considerou manipulação de dados sobre a fome no país, na entrega do prêmio Eco 2002 às empresas que se destacaram com projetos de inclusão social. Numa resposta indireta a candidatos à sucessão presidencial que acusam o governo de responsável pelo aumento da fome no país, ele disse que os dados apresentados por eles não exprimem a realidade. ''Não acho que seja bom para manipular demagogicamente cifras que assustam pelo montante''.
Fernando Henrique afirmou que hoje quase todas as crianças brasileiras estão na escola e, com isso, recebem ao menos uma refeição por dia. ''Pode até haver má nutrição, mas morrer de fome já passa a ser um caso mais marginal no Brasil''.
O presidente fez um extenso relato sobre os avanços sociais que teriam acontecido ao longo de seus dois mandatos em áreas como saúde e educação. Admitiu, entretanto, que muita coisa ainda deve ser feita para garantir melhores condições de vida à população. ''Não quer dizer que está tudo bem, mas o caminho está traçado. As mudanças não são as que queremos, precisamos mudar mais'', enfatizou.
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O presidente voltou a responder críticas sobre o destino dos recursos arrecadados com o Imposto de Renda. ''Quem não sabe o que é feito com o seu imposto, não acompanha os gastos do governo. Foi tudo distribuído por cartões magnéticos aos mais carentes, sem clientelismo'', afirmou.
Fernando Henrique enfatizou que as diferenças partidárias não devem se sobrepor aos interesses da população brasileira. ''Somos iguais no âmbito da nossa responsabilidade. Mesmo o brasileiro mais carente é responsável para se motivar a dar seus passos: não só receber o peixe, mas aprender a pescar'', afirmou.