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FHC e Lula concordam em não rever metas do FMI

Redação - Folha de Londrina
10 nov 2002 às 19:28

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No jantar de sexta-feira, no Palácio da Alvorada, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afinaram o discurso contra uma eventual proposta do Fundo Monetário Internacional (FMI) de aumentar a meta de superávit primário para 2003. Hoje ela é de 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dois estão de acordo de que não é a ocasião nem há motivo para rever as metas, contou neste domingo, em Lisboa, Fernando Henrique.

O novo governo ''deve ser duro, como fomos, porque qualquer negociação financeira é dura e não se deve começar mudando metas'', recomendou Fernando Henrique. ''Não vejo razão nenhuma para se imaginar que se precise de mais superávit neste momento. Quase todos os Estados, as estatais e o governo central estão produzindo superávit'', disse o presidente em entrevista hoje, antes de iniciar um ''dia de turista'' na capital portuguesa. ''Não acho que é ocasião para isso nem que seja necessário revisão agora e o presidente Lula tem a mesma sensibilidade que eu nessa matéria.''

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Ficou acertado ainda, durante o jantar, que a equipe do presidente eleito vai receber com a missão do Fundo que chegará hoje ao Brasil, mas somente depois dos encontros oficiais com a equipe econômica do atual governo. ''Concordamos que os contatos da nova equipe sejam posteriores às conversas do governo com o Fundo, porque a negociação ainda é deste governo'', ressaltou o presidente.

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Durante a discussão deste assunto, Fernando Henrique repetiu a Lula e a seus auxiliares - o coordenador da transição, Antonio Palocci, e o presidente do PT, José Dirceu - que os dados da economia brasileira estão mais favoráveis neste momento. Ao comentar que União e a maior parte dos Estados estão registrando superávit, disse: ''Neste sentido, o Brasil tem uma economia muito saudável.''

Ele falou também da balança comercial, com saldo positivo de US$ 11 bilhões, e disse que ''a vulnerabilidade externa está pequenininha'', depois do aporte de investimentos estrangeiros de US$ 16 bilhões ao longo deste ano.


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