O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu nesta terça-feira, 26, que "existem propostas" em andamento para a fusão entre o PSDB e o DEM, mas acrescentou que não sabe "qual a tendência, se vai ou não ser feita" essa fusão. Foi o primeiro dirigente importante, entre os tucanos, a tocar no assunto sem descartar automaticamente a ideia.
A frase foi dita durante debate realizado no Instituto FHC sobre a situação política na Venezuela, da qual participaram vários líderes da oposição ao governo Hugo Chávez.
As propostas sobre fusão, segundo o ex-presidente, têm "aspectos delicados". Para ele, "mais importante é manter a coesão dos partidos". A propósito, considerou "lamentável" a saída do secretário Walter Feldman do PSDB e fez um "apelo à unidade" entre os oposicionistas. "Ninguém pode pregar a democracia se não a praticar internamente", disse ainda. Condenou o que chama de ‘falta de aceitação da diversidade" (na oposição) e afirmou: "Divergências entre pessoas são normais, o que não é normal é a ruptura".
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"É lamentável a saída de qualquer pessoa, sobretudo uma pessoa importante", avaliou, sem mencionar nomes. "Dentro de um partido é preciso se aprender a conviver com a diversidade, tem de haver pluralidade interna". E repetiu seu apelo à união: "Faço até um apelo ao partido: temos de nos esforçar para continuar unidos".
Deu como exemplo o grupo de palestrantes venezuelanos, entre os quais a deputada Maria Corina Machado. "Me surpreendeu a convicção deles", observou. Sobre as relações de seu governo com Hugo Chávez, afirmou que "poderia ter sido um pouco mais efetivo". Mas lembrou que Chávez "era mais manso" na época.