A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) deve divulgar até domingo uma nota oficial sobre o posicionamento em relação à venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel), que o governo planeja vender em outubro ou novembro. Junto com a Fiep, assinam outras entidades, como a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e a Federação do Comércio. A decisão da Fiep é aguardada com apreensão por parte dos movimentos populares contra a venda da estatal, que apostam na grande envergadura da entidade para engrossar os protestos. A posição da Fiep - seja qual for - poderá ter peso no processo de privatização.
Ontem, representantes das diretorias das entidades reuniram-se durante horas, a portas fechadas, para debater o assunto. Oficialmente, não há ainda uma posição fechada. Nos bastidores, correu a informação de que este não seria o melhor momento para privatizar a empresa, em vista da crise energética do País. No entanto, a decisão final será publicada nos próximos dias em jornais de todo Estado.
A Faep havia realizado pesquisa em março com produtores rurais de todo o Estado e constatou que 82% dos associados se declararam contra a venda. A entidade abrange cerca de 370 mil propriedades no Paraná. Anteontem, a Associação Comercial do Paraná (ACP) anunciou que está contra a privatização, apesar de tradicionalmente os empresários ligados à associação defenderem posição privativista. O governo do Estado alega que está vendendo a empresa porque, como estatal, vai perder competitividade. A bancada de oposição na Assembléia Legislativa refuta o argumento e afirma que o motivo está nos problemas de caixa do Executivo.