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Folha tem fita de suposto grampo no Paraná

Dimitri do Valle - Folha do Paraná
12 jun 2001 às 10:12

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A Folha teve acesso a uma gravação que reforça a suspeita de que donos de jornais foram vítimas de escuta telefônica ilegal. A fita cassete, que também está em poder da CPI da Telefonia, mostra conversa entre Marcos Formighieri, proprietário do diário "Gazeta do Paraná", de Cascavel, e Luis Fernando Fedeger, dono do semanário "Impacto Paraná", de Curitiba. Os jornais de Fedeger e Formighieri têm adotado uma postura crítica contra o governo do Estado, alvo de investigação na CPI montada na Assembléia Legislativa. A comissão foi criada para apurar denúncias de grampos no Palácio Iguaçu e em comitês de partidos.

Na conversa, ocorrida em junho do ano passado, os jornalistas trocam impressões sobre o futuro econômico e político do Estado, falam sobre o afastamento do prefeito londrinense Antônio Belinati, além de citar um suposto depósito de R$ 5 milhões proveniente de "Londrina". O dinheiro teria ido parar na conta de familiares de um empresário do Estado. Formighieri relata ao colega que convenceu o senador Roberto Requião (PMDB) a não explorar o assunto por tratar-se de "um drama de família". "Isso aí acaba virando tragédia. Se a gente puder ajudar para não acontecer, melhor", diz Formighieri. Fedeger concorda: "Verdade, eu tava dizendo aqui: vai morrer gente."

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Mas o assunto continua a ser a situação de Belinati. Formighieri diz ter uma fita com declarações comprometedoras do ex-prefeito que poderiam atingir o governo do Estado. No entanto, justifica que não publicaria a fita por que não confia em Belinatti. "Se eles escutassem metade daquela fita que eu tenho do Belinati, aí eles vão levar um susto. Até hoje não publiquei aquela fita, porque, em primeiro lugar, o Belinati é um cara que não tem palavra mesmo. Ele não cumpre nada, então não merece. Em segundo lugar, em consideração ao Gionédis (Giovani Gionédis, então secretário de Estado da Fazenda). Porque o Giovani está passando um sufoco. Se ele sair da secretaria, a coisa desanda e vai todo mundo pro saco. Vai o Estado inteiro, vai 10 anos para se recuperar."

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Em outro trecho da gravação, Formighieri tenta convencer Fedeger a parar de criticar Gionédis. "O Giovani não tem falado de você (Fedeger). Não acosse ele demais, (assim) você cria um ambiente propício para poder conversar", aconselha. Fedeger diz: "Eu tô fazendo o normal". O jornalista de Cascavel volta a dar orientações, desta vez para que Fedeger "não mexa com a filha do Lerner (Ilana)". Ele responde que não tem provocado a primogênita do governador. "Eu não mexi. Aquela matéria que você (Formighieri) pôs, eu não pus", afirma Fedeger. A matéria em questão giraria em torno dos Jogos Mundiais da Natureza, da qual Ilana teria participado, prestando assessoria.


Os jornalistas disseram que já tinham conhecimento de que foram grampeados. Fedeger afirma que estava sendo monitorado desde a eleição de 1998. Ele não arrisca apontar suspeitos. "Acho que não foi o governo. Essa fita tem outra origem." Formighieri acusou Lerner. "Isto é um descalabro, um crime. Os responsáveis têm que ir para a cadeia. E o chefe desta quadrilha é o governador Jaime Lerner. Desde o seu primeiro dia de governo, fui grampeado".

Graças ao esquema de espionagem, segundo o jornalista, o comitê de reeleição de Lerner interceptou em Irati um carregamento de jornais do PMDB com críticas a Lerner em 98. Formighieri disse que os jornais foram impressos em sua gráfica e que conversou sobre o assunto pelo telefone com Requião.


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