O ex-presidente do PT José Genoino, condenado na terça-feira (9) por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou nesta quarta-feira sua renúncia do cargo de assessor especial do Ministério da Defesa. O petista, que participa da reunião do Diretório Nacional de seu partido, nesta quarta-feira na Capital, leu para os jornalistas uma carta com suas considerações. Além de informar a renúncia do cargo, diz que sai com a consciência dos inocentes, sem vergonha de nada. E que está indignado porque considera sua condenação "uma injustiça monumental".
Invocando a frase do escritor Mário Quintana: "Eles passarão, eu passarinho", Genoino leu o texto de uma folha e meia com os olhos marejados, porém manteve um tom altivo, dizendo que, apesar de se dizer que as decisões do STF devem ser cumpridas, ele se reserva ao direito de discordar e discutir a sentença que lhe foi imposta e que será obrigado a cumprir. "Como posso esperar um julgamento sereno, num momento em que juízes são pautados por comentaristas políticos", criticou. E destacou que o julgamento coincidiu "matematicamente" com as eleições municipais.
No final do texto, Genoino diz que sua condenação é uma tentativa de condenar também o seu partido, o PT e que setores contrários ao partido fracassarão porque a população "sempre nos favorecerá. E diz que continuará a lutar com todas as forças por um Brasil melhor, "como sempre fiz".