O gerente financeiro da New Hubner Componentes Automotivos, Valmor Felipetto, negou participação no esquema de fraudes à Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Em depoimento a procuradores do Ministério Público (MP) federal que durou quase dez horas, Felipetto contestou a versão dada na quinta-feira por Theodoro Hubner Filho aos procuradores. Hubner acusou o gerente comercial de ser o mentor do projeto Usimar, que desviou cerca de R$ 40 milhões da Sudam.
Felipetto disse aos procuradores que ele apenas visava os cheques que eram repassados por Hubner. O empresário afirma que Felipetto foi na verdade o mentor do projeto Usimar, sugerindo a criação de novas empresas para captar recursos da Sudam. Segundo o depoimento de Hubner, foi também Felipetto quem sugeriu a contratação de Amauri Cruz Santos, que seria o responsável por fazer um lobby junto a funcionários da Sudam para a aprovação do projeto. Cruz Santos deporia aos procuradores ainda na noite desta sexta-feira.
Para os procuradores, os documentos apresentados durante o depoimento concedido anteontem por Hubner responsabilizam tanto o empresário como Felipetto. ''Os documentos foram assinados pelos dois. Documentalmente, os dois podem ser responsabilizados'', afirmou o procurador Antonio Cavalcanti, que coordena investigações de irregularidades da Sudam no Maranhão.
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Hubner também afirmou ter se encontrado no Maranhão com um sócio de Jorge Murad, controlador da empresa Lunus. Hubner alugou uma sala no mesmo prédio da Lunus por recomendação do sócio de Murad, Severino Cabral. Para o procurador Mário Lúcio de Avelar, houve participação tanto de Murad e de sua esposa, Roseana Sarney na implantação de projetos que fraudaram a Sudam. ''Em todos os 96 projetos investigados, apresentaram-se fraudes. Alguns deles tiveram a mediação de Jorge Murad'', afirmou Avelar.
Os advogados de Murad e Roseana ameaçaram entrar com uma representação na Corregedoria Geral do MP contra Avelar por suas declarações. Na avaliação do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o procurador ''está criando uma imagem de pré-condenação de Jorge Murad com o intuito de fazer com o que o Judiciário não tenha outro caminho a não ser condená-lo também''.