O secretário da Fazenda, Giovani Gionédis, alegou ontem não ter entendido a justificativa do ex-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, que declarou estar saindo do governo para deixar o governador Jaime Lerner (PFL) livre para uma mudança geral no secretariado. "Não concordo com a tese de que temos de pedir demissão. O direito de mudar, enxugar e fazer reformas é do governador e não nosso", comentou. Gionédis afirmou que não pensa em seguir o exemplo do chefe da Casa Civil, mas ressaltou que seu cargo está à disposição caso Lerner queira demiti-lo.
Tido como um dos influentes secretários de Lerner, Gionédis considera que o governador tem a total liberdade para promover mudanças a hora que bem entender, não precisando receber recados ou empurrões de ninguém para tomar uma atitude. Para o secretário da Fazenda, o governador tem se mostrado muito tranqüilo e seguro com a equipe, por isso não cogitaria mudanças. Prova disso teria sido a decisão de vender o Banestado em meio a um processo eleitoral, que poderia trazer desgaste ao candidato à reeleição Cassio Taniguchi (PFL). "Foi um ato de coragem vender o Banestado. O governador demonstrou firmeza em relação à eleição e à sua equipe", disse.
Gionédis foi o secretário responsável pela condução da venda do banco, ocorrida em 17 de outubro. Na época, Alceni Guerra deu uma cartada para tentar mudar a data do leilão. Mas a operação foi abortada por Gionédis.
Leia mais:
Gerson Guariente avalia que o Orçamento de 2025 será difícil de ser realizado por Tiago Amaral
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000 só ocorrerá com condições fiscais, dizem Lira e Pacheco
Código de Posturas será debatido em audiência pública na Câmara de Londrina
Kassio rejeita notícia-crime de Boulos contra Tarcísio no TSE por fala sobre PCC
O secretário não aceita a hipótese de que Lerner tenha saído derrotado e desgastado no processo eleitoral, situação que teria motivado a reformulação do secretariado. "A vitória não foi apertada como dizem. Sempre tivemos índices como o que conseguimos nesta eleição", opinou, ao se referir aos 51,4% que Taniguchi conseguiu contra os 48,5% do adversário Ângelo Vanhoni (PT).
Gionédis vai mais longe e sinaliza que não acha necessária nenhuma mudança nos secretários. "Não se faz reforma de secretariado. Se faz reforma de conceitos", disse. Ao repetir que considerou "estranha" e "surpreendente" a atitude de Alceni Guerra, o secretário lembrou que se Lerner quisesse mesmo mudar seus secretários não teria reconduzido ao cargos David Campos (Comunicação) e Gerson Guelmann (Chefia de Gabinete).