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Transição

Governo eleito começa a trabalhar dia 27

Agência Brasil
24 dez 2002 às 17:27

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu não esperar pela posse para começar os trabalhos com seu ministério e marcou para o dia 27 a primeira reunião com os membros de seu primeiro escalão. A assessoria do presidente eleito ainda não confirmou o local do encontro, mas a expectativa é de que Lula reúna seu ministério na Granja do Torto. O local já foi utilizado para grandes reuniões pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O primeiro encontro servirá para Lula ouvir as propostas dos escolhidos e dizer quais as prioridades de cada ministério.

Ao contrário do que havia anunciado logo após a eleição, os nomes da equipe de governo foram anunciados em blocos, em razão das dificuldades para fechar os nomes. As conversas com o PMDB foram as mais difíceis e não tiveram o fim esperado. Os peemedebistas anunciaram no final da semana passada que não participariam do governo, apesar de manterem o acordo com o PT para a disputa das presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

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A equipe de primeiro escalão é composta por 29 membros, dos quais 18 são do PT. O partido do presidente eleito ficou com as pastas da Saúde (Humberto Costa); Meio Ambiente (Marina Silva); Minas e Energia (Dilma Roussef), Trabalho (Jacques Wagner); Educação (Cristovam Buarque); Cidades (Olívio Dutra); Fazenda (Antônio Palocci); Casa Civil (José Dirceu); Secretaria Geral (Luiz Dulci); Desenvolvimento Agrário (Miguel Rosseto); Assistência e Promoção Social (Benedita da Silva); Previdência (Ricardo Berzoini) e Corregedoria Geral da União (Waldir Pires). Além dos ministérios, o PT ficou com a Secretaria de Comunicação do Governo (Luiz Gushiken); com as secretarias Especial de Desenvolvimento Econômico e Social (Tarso Genro); Direitos Humanos (Nilmário Miranda); Nacional dos Direitos da Mulher (Emília Fernandes) e Nacional da Pesca (José Fricth).

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Nove escolhidos não são filiados a qualquer partido. O Ministério de Relações Exteriores ficou com um diplomata do quadro do Itamaraty. Celso Amorim foi embaixador do Brasil no Reino Unido, após o retorno de Sérgio Amaral ao país para ocupar o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comercio Exterior. O sucessor de Amaral também não pertence a um partido. Luiz Furlan preside a Sadia e é o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil. O futuro ministro da Agricultura também é representante de classe. Roberto Rodrigues preside a Associação Brasileira de Agrobusiness (Abag). Os ministros da Justiça (Márcio Thomaz Bastos), do Planejamento (Guida Mantega) e de Segurança Alimentar (José Graziano) não são filiados ao PT, mas são amigos pessoais do presidente eleito e dois deles – Graziano e Mantega – participaram ativamente da campanha eleitoral.

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A Advocacia Geral da União (AGU), que no governo FHC foi alçada ao status de ministério, será presidida pelo procurador da República aposentado, Álvaro Ribeiro da Costa. O Gabinete de Segurança Institucional, cobiçado por ser responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), continuará nas mãos de militares. O chefe do Gabin será o general Jorge Armando Félix . Já o ministério da Defesa permanece nas mãos de um civil. O embaixador do Brasil na Rússia, José Viegas Filho, assume a pasta mais próxima das Forças Armadas.


Os aliados do PT no primeiro e segundo turnos da campanha foram contemplados com um ministério, cada. O PL do vice-presidente José Alencar vai assumir a pasta dos Transportes. Anderson Adauto foi anunciado pelo presidente eleito ontem (23), após o fim das negociações com o PMDB, que pleiteava o ministério. O PC do B, aliado do PT desde a campanha presidencial de 1994, ficou com a pasta dos Esportes. O nome inicialmente cotado para o ministério foi de Aldo Rebelo, que trabalhou nas investigações do Congresso sobre a corrupção no futebol brasileiro. A pasta continuou nas mãos do partido, mas vai ser chefiada pelo deputado federal, Agnelo Queiroz, do Distrito Federal.

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Os partidos que após o segundo turno decidiram apoiar a candidatura Lula não foram esquecidos. O PPS, de Ciro Gomes, ficou com o Ministério da Integração Nacional. A escolha do nome do ex-adversário para comandar a pasta foi uma espécie de agradecimento pelo apoio oferecido ainda na noite do primeiro turno. O PTB, que compunha a Frente Trabalhista com o PPS, assume a partir de 1º de janeiro a pasta do Turismo com Walfrido Mares Guia. O PSB, de Anthony Garotinho, terá nas mãos o Ministério de Ciência e Tecnologia. Como Garotinho optou por não participar pessoalmente do governo Lula, a pasta ficará sob o comando do cientista político e secretário-geral do partido, Roberto Amaral.


O Ministério da Cultura ficou com o cantor e compositor, Gilberto Gil. O músico já tem experiência no trato político pois foi vereador pela Bahia na década de 80. A indicação de Gil foi duramente criticada por vários setores do PT e pela imprensa, que questionava como o cantor vai conciliar a agenda ministerial com os shows pelo Brasil. A pasta das Comunicações ficará com Miro Teixeira, do PDT de Leonel Brizola.

A indicação mais polêmica, no entanto, foi a do presidente do Banco Central. Henrique Meirelles, escolhido para substituir Armínio Fraga na condução da Política Monetária do país, é filiado ao partido do atual presidente, o PSDB. Sabatinado pelos senadores e aprovado pelo Congresso Nacional, Meirelles prometeu desvincular-se de seu partido e renunciar ao mandato de deputado para o qual foi eleito em 6 de outubro.


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