O governo do Estado perdeu pelo menos um aliado no projeto de privatização da Copel, que pretende concretizar em outubro deste ano. A deputada estadual Serafina Carrilho (PL) - da base aliada do governo na Assembléia Legislativa - anunciou que mudou sua posição e vai votar a favor do projeto de iniciativa popular que revoga a autorização concedida em 1998 para o Executivo vender a estatal de energia.
A deputada cedeu às pressões de suas bases eleitorais (região de Maringá) e decidiu ficar contra a venda. "A voz do povo é a voz de Deus. Depois de tomar esta decisão, fiquei em paz", resumiu, lembrando que a empresa é lucrativa e faz parte do patrimônio do Paraná. Manifestação do deputado federal Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, também pesou na decisão.
O Fórum Popular Contra a Venda da Copel e a bancada de oposição comemoraram a declaração da deputada. O Palácio Iguaçu sustentava que tinha 30 votos para derrubar o projeto - o primeiro de iniciativa popular que será submetido ao crivo dos deputados estaduais.
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Ela disse que não tem medo de retaliações do governo. "Duvido que façam algo contra mim, porque os projetos bons do governo eu sempre apóio". A oposição divulga que tem votos suficientes para aprovar a matéria, mas prefere não adiantar os demais nomes para evitar o "assédio" do Palácio Iguaçu.
O secretário chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, disse que a posição repassada pelo líder do governo no Legislativo, Durval Amaral (PFL) é de "tranquilidade". Se os 54 parlamentares comparecerem ao plenário, são necessários 28 votos para aprovar ou derrubar a matéria. Nesta sexta-feira, circulavam pela Assembléia diversos nomes de aliados do governador que teriam mudado de opinião, mas nenhum foi confirmado.
Apesar de divulgar que tem apoio suficiente para aprovar o projeto, a oposição pode ainda lançar mão do Regimento Interno para impedir a derrubada do projeto popular no plenário. No entanto, o expediente só será usado em último caso.
O fórum promete lotar as galerias da Assembléia na terça e quarta-feiras, quando o projeto estará na pauta de votação. A organização pretende colocar a foto dos deputados que votarem contra o projeto em suas bases eleitorais. "Quem trair o Paraná não se reelege", declarou o coordenador executivo do fórum, Nelton Friedrich.