A ex-secretária estadual de Administração, Maria Elisa Paciornik, afirmou que foi ameaçada de morte após a descoberta de grampo telefônico em seu gabinete, em outubro de 1999. A revelação foi feita durante depoimento à Comissão Especial do Governo montada para investigar as escutas clandestinas no Palácio Iguaçu.
Paciornik relatou que no dia da descoberta do grampo ela recebeu um telefonema anônimo em casa. "Meu filho mais velho atendeu e disseram que já que eu tinha colocado a polícia para descobrir o grampo, eles iriam me matar", contou.
No mesmo dia, a casa da mãe da ex-secretária foi invadida por dois homens e pelo menos dois funcionários da Secretaria de Administração também receberam ameaças. "Pode ser tudo uma grande coincidência, mas tudo isso aconteceu depois que a Promotoria de Investigações Criminais (PIC) começou a investigar o grampo", relatou.
Leia mais:
MP do TCU pede suspensão do salário de militares indiciados pela PF
Jair Bolsonaro pode pegar até 28 anos de prisão por tentativa de golpe
Golpismo pode levar Bolsonaro a 28 anos de prisão e a mais de 30 inelegível
Coordenador de equipe de Tiago Amaral fala em ‘portas abertas’ durante transição de governo
Ela também lembrou que em uma ocasião o então procurador-geral da Justiça, Gilberto Giacóia, disse temer pela segurança da secretária e de seus familiares. "O doutor Giacóia me disse uma vez que teve que segurar as investigações porque estava temendo pela minha integridade". Ela não soube informar o que teria motivado essa manifestação do então procurador-geral.
Diante dessa nova informação, integrantes da Comissão Especial do governo que investiga o grampo começaram a discutir a possibilidade de convocar o procurador Gilberto Giacóia para prestar depoimento. Durante vários meses a ex-secretária contou com a guarda pessoal de policiais militares do serviço reservado.
Ainda em seu depoimento, Maria Elisa afirmou não saber de onde havia partido a determinação para o grampo e que nunca acusou o ex-secretário da Fazenda, Giovani Gionédis, de ser o responsável pela escuta.
Leia mais sobre o assunto na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira