A reunião entre a direção do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana e procuradores da República em Brasília foi adiada para a semana que vem. O encontro deveria ser realizado até sexta-feira, mas os procuradores tiveram problemas de agenda para receber os documentos do sindicato, que acusa o banco HSBC de espionagem.
O presidente da entidade, José Daniel Farias, diz que, como existem indícios da prática em outros estados, o Ministério Público Federal precisa ser acionado também. Em Curitiba, o caso está sendo analisado na 20ª Vara Cível. A direção do banco nega as acusações e questiona a autenticidade da documentação reunida pelo sindicato por meio do ex-sargento da PM, Jorge Luiz Martins, que trabalhou no setor de inteligência da instituição financeira.
Em maio, os bancários apresentaram a denúncia na CPI da Telefonia, desativada pela Justiça no mês seguinte. O revés fez os sindicalistas mudarem a estratégia para continuar a manter a investigação em discussão. "Não podemos deixar que o caso caia no esquecimento", afirma Farias. Ele alega que o banco feriu uma prerrogativa constitucional: a liberdade de atuação sindical.
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Nos relatórios que o ex-sargento entregou ao sindicato (Martins também disputa na Justiça uma indenização trabalhista), há registros de que os diretores do sindicato eram monitorados por escutas telefônicas. Fotografias integram o dossiê em poder dos bancários. O material sugere que o setor de inteligência do HSBC acompanhava, por meio de fotos, todas as manifestações organizadas pela categoria.
As revelações apresentadas na CPI da Telefonia indicaram ainda que delegados de polícia recebiam dinheiro do HSBC por serviços de "consultoria de segurança". A Associação dos Delegados da Polícia Civil do Paraná (Adepol) garante que o dinheiro era usado na manutenção dos distritos, mas a versão não foi suficiente para barrar uma investigação na Corregedoria.
Quando terminar o recesso parlamentar em Brasília, no mês que vem, os bancários vão solicitar à Câmara dos Deputados a formação de uma subcomissão especial para acompanhar a investigação. O grupo deverá ter pelo menos dois deputados paranaenses: Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha (PT), e Gustavo Fruet (PMDB).