O procurador chefe da PIC (Promotoria de Investigações Criminais), Dartagnan Abilhôa, que acompanha as investigações da CPI da Telefonia da Assembléia Legislativa, recriminou o comportamento da Telepar Brasil Telecom no caso das escutas clandestinas.
Segundo Abilhôa, a situação da Telepar "está complicada". A avaliação foi feita depois do depoimento da ex-secretária da Administração Maria Elisa Paciornik à comissão, que apura denúncias de escutas telefônicas ilegais no governo do Estado e em comitês eleitorais.
"A Telepar descobriu o grampo no telefone da ex-secretária mas o retirou prontamente, impossibilitando que a polícia fizesse um flagrante", disse. Segundo ele, o responsável pela varredura, Jefferson Martins Storrer (ex-funcionário da Telepar e free lancer da Defense, empresa de assessoria e consultoria em segurança de propriedade de outro ex-funcionário da Telepar, Edgar Fontoura Filho), fotografou apenas a distribuição geral, sem ter registrado a ponta final da escuta, que estava em um escritório de advocacia da Rua Colombo.
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"Agora vai ser um trabalho de oráculo descobir quem fez o grampo", reclamou Abilhôa. O presidente da CPI, Tony Garcia (PPB), disse que "no mínimo houve negligência da Telepar". O gerente jurídico da empresa, Sérgio Vosgerau, já explicou à Folha que no caso da ex-secretária foi detectado apenas a existência de fio paralelo. Nesse caso, seria natural que o fio tivesse sido colocado dentro da empresa, como foi relatado à CPI por ex-funcionário da Telepar.
Maria Elisa, que ocupou a pasta de janeiro de 1999 a julho de 2000 - repetiu o depoimento que prestou à Comissão Especial montada pelo Palácio Iguaçu para oficialmente apurar denúncias de grampos em prédios públicos.
Disse que começou a desconfiar que foi grampeada quando assuntos de estrito conhecimento de seu gabinete apareceram na imprensa. Pediu varredura e a escuta foi constatada. O inquérito - sigiloso - está sendo investigado pelo 3º Distrito Policial, em Curitiba.
A CPI vai chamar Sérgio Vosgerau, da Telepar, para das explicações à CPI.
Leia mais sobre o assunto na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira