O subtenente da Polícia Militar, Osvaldo Vicentini, confirmou à CPI da Telefonia - que investiga denúncias de escutas ilegais no Palácio Iguaçu e em comitês eleitorais - que o ex-funcionário do Palácio Gilberto Maria Gonçalves era vigiado por policiais da Casa Militar. O objetivo era impedir que Gonçalves fizesse escutas ilegais.
Segundo o subtenente, havia a desconfiança de que Gonçalves poderia fazer grampos. "Ele não ficava sem acompanhamento. Ficávamos atentos para ver se ele não colocava aparelhos nos telefones". Vicentini disse que nunca viu Gonçalves colocar escutas clandestinas. O subtenete declarou que, quando não era ele que estava vigiando Gonçalves, o sargento Dibas ficava encarregado da tarefa.
Vicentini disse que Gonçalves se reportava com frequência a Gerson Guelmann, secretário especial de chefia de gabinete do governador Jaime Lerner (PFL). Afirmou também que Gonçalves era deslocado para trabalhar em campanhas eleitorais, sendo responsável pela instalação do sistema de telefonia.
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Guelmann chegou a pedir demissão por conta do escândalo dos grampos, mas o governador, seu amigo pessoal, não aceitou. Guelmann sustenta que nunca fez escutas ilegais.
Vicentini revelou ainda que Guelmann tinha rádiotransmissores, sendo possível ouvir a Polícia Militar e a Polícia Civil.
A próxima sessão da CPI está marcada para terça-feira. O diretor da CIE (Centro de Investigação Empresarial), Marcos Vinícius, foi convidado a depor. Serão convocados o sargento Dibas, o subtenente Schultz, e o "Japa". Os três foram citados por Vicentini.
Na quarta-feira, serão reconvocados Gerson Guelmann, e o chefe da Casa Militar, coronel Luis Antonio Borges Vieira. Também vai depor o advogado de defesa do cabo Luiz Antonio Jordão, Peter Amaro de Sousa.
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira