O deputado Tony Garcia (PPB), presidente da CPI da Telefonia - que investiga denúncias de grampos no Palácio Iguaçu e em comitês eleitorais -, disse que o foco das investigações não será desviado da sede do governo paranaense.
Ele garantiu que, apesar das apurações em torno da Telepar Brasil Telecom e agora do Banco HSBC, a mira continua no Palácio Iguaçu. Os deputados estão em busca de provas que comprovem a possível ligação de funcionários de alto escalão em escutas telefônicas ilegais.
Para a sessão de quinta-feira, a CPI convocou o chefe da Casa Militar, coronel Luis Antonio Borges Vieira, e o secretário Especial de Chefia de gabinete do governador, Gerson Guelmann. Também deve ser ouvido Osvaldo Vicentin, funcionário da Casa Militar.
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O Palácio Iguaçu nega a existência de esquema de escutas clandestinas, denunciado pelo cabo Luiz Antonio Jordão, afastado da Casa Militar. O envolvimento de funcionários do governo em escutas ilegais também poderá ser alvo de investigação na Câmara Federal, por iniciativa do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB), que acredita ter sido vítima de grampos na campanha para a Prefeitura de Londrina, em 1996.
Nesta terça-feira, a CPI realizou uma sessão secreta para avaliar os documentos que foram entregues pelo Sindicato dos Bancários. Garcia classificou as informações como comprometedoras. "É mais uma das rotas de investigação que a comissão vai seguir". Garcia disse que a comissão está sofrendo pressões por todos os lados. "Mas não nos calarão. Vão ter que me engolir", declarou.
Na terça-feira da próxima semana, deverão ser ouvidos o ex-sargento Jorge Luiz Martins e o diretor da CIE, Marcos Vinícius.
Fonte da Folha disse que a Telepar resolveu entrar na Justiça com um mandado de segurança contra a CPI. Garcia adiantou que a comissão vai recorrer. "Não vamos permitir que ninguém desqualifique nosso trabalho".
A base aliada na Assembléia Legislativa alega que a CPI está se desviando de seu propósito original, porque a comissão foi criada para investigar irregularidades, como cobranças indevidas, cometidas pelas operadoras, e não grampos telefônicos. O presidente da CPI argumenta que grampo é uma irregularidade.