O ministro extraordinário de Segurança Alimentar, José Graziano, declarou nesta quinta-feira que movimentos sociais ligados à questão agrária são usados como arma política para atacar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Fica difícil pedir para o trabalhador rural esperar mais tempo para ser assentado", disse. "O problema é que estes movimentos são utilizados como arma política, para dizer que o governo não funciona", declarou.
Sobre as cobranças de movimentos ligados à questão agrária, cujas lideranças afirmam haver acampados à beira da fome - o que tem sido usado como justificativa para invasões de propriedades e bloqueios de rodovias -, o ministro disse que o Fome Zero, em seis meses, atendeu 113,9 mil famílias, de 626 acampamentos sem-terra, com cestas básicas.
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Graziano também lamentou a morte do repórter-fotógrafico a serviço da revista "Época", ao se referir à onda de invasões a propriedades privadas desencadeada em São Paulo.
"Os movimentos não são agressivos ou violentos, mas não podemos deixar de lamentar a morte do fotógrafo em São Paulo", disse o ministro, sobre o assassinato de Luís Antônio da Costa, 36, atingido por um tiro em frente ao acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, em São Bernardo do Campo (SP).
O ministro fez as declarações em evento para a entrega do certificado de "Empresa Participante do Fome Zero" à diretoria da Eletrosul (Empresa Transmissora de Energia Elétrica so Sul do Brasil), em Florianópolis (SC).
Sobre programa de Compra de Alimentos da Agricultura Familiar, lançado ontem em Concórdia pelo presidente Lula, disse que é mais uma tentativa de fixar o homem no campo. O projeto terá um orçamento de R$ 400 milhões para compra de arroz, feijão, mandioca, milho e trigo.
O ministro fez uma análise dos seis meses do Fome Zero e disse que, agora, o programa começa a apresentar resultados. "Tivemos momentos muito difíceis, pois algumas pessoas acharam que era uma gincana". Graziano afirmou que as mil cidades que seriam atendidas pelo programa até o fim do ano "serão atendidas até outubro".