O grupo de estudos que avalia as situações técnica, jurídica e financeira da Sercomtel vai convidar funcionários da telefônica e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicação (Sinttel) para debater os rumos da empresa. A reunião será marcada para o início da semana que vem; a princípio, na segunda-feira.
A proposta de chamar funcionários e também responsáveis pelo corpo técnico da Sercomtel Celular foi decidida na reunião realizada pelo grupo, ontem de manhã, no Legislativo. Além deles, os vereadores devem convidar também um técnico de fora da empresa para se manifestar sobre as possibilidades de mercado futuro e de desenvolvimento de novas tecnologias da telefonia celular.
De acordo com o presidente do grupo, vereador Sidney de Souza (PTB), a análise jurídica - anunciada semana passada como principal foco que seria adotado esta semana - ''corre paralelamente''. Nesse aspecto de análise, a comissão se voltaria principalmente à validade ou não do plebiscito, que, em 2001, rejeitou a venda da Celular. ''Está difícil o estudo por esse lado, porque não encontramos nenhuma tese ou parâmetro jurídico que fale a respeito'', justificou Souza.
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Conforme o petebista, na reunião de ontem foram feitas também simulações de quanto o corte de diretorias economizaria para a telefônica. O vereador não quis citar números - são nove diretores à Fixa e à Celular, juntas, com salários mensais brutos, em média, de R$ 15 mil -; disse apenas que eventuais reduções ''só diminuiriam, mas não resolveriam o prejuízo''. A hipótese dos cortes já foi defendida em plenário pelos vereadores Henrique Barros (PMDB) e Sandra Graça (PP), a qual chegou a citar o trabalho de uma consultoria contratada pela Sercomtel e que sugeriu, entre as medidas administrativas de reestruturação da empresa, redução de três diretores e do volume de terceirizações. O levantamento foi requisitado pelo grupo de estudos.
''Dados confidenciais'', segundo Sidney, também teriam entrado na discussão de ontem. Sobre eles, contudo, resumiu: ''São informações comerciais e sobre os proprietários de linhas telefônicas adquiridas no passado pelo sistema de auto-financiamento'', afirmou. A propriedade sobre essas linhas é objeto de ações judiciais ingressadas já desde o final da década de 1990 - algumas chegaram a obter, ano passado, liminares favoráveis aos autores.
Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Sercomtel, Gabriel Ribeiro de Campos, disse que não dará informações a respeito de a empresa ter ou não adotado os apontamentos da consultoria antes de apresentá-la à Câmara.