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Agravamento da crise

Impeachment ganha força com piora da crise, afirma Kassab

Folhapress
01 jul 2021 às 14:38
- Marcos Corrêa/PR
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O presidente do PSD, Gilberto Kassab, acredita que o agravamento da crise política reforça o movimento em favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, a quem vê longe da reeleição em 2022.


"Não se pode banalizar o impeachment, é preciso ter cuidado. A base governista é grande e não pode ser menosprezada também. Mas quando é inevitável, é inevitável", afirmou o dirigente, ressalvando que não vê a situação neste ponto ainda.

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A sequência de acusações de corrupção nos negócios com vacinas contra Covid-19 no Ministério da Saúde pioraram a situação de Bolsonaro, que vive seu pior momento em pesquisas de popularidade e de intenção de voto.

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"Há mais circunstâncias para a defesa [do processo de impeachment]. Seja como for, vejo uma dificuldade muito grande de ele se reeleger", disse Kassab, 60.

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"A marca de Bolsonaro é a postura na pandemia. Na hora em que não usa máscara, em que tira a máscara da menina [episódio em palanque na semana passada], dá a impressão de que não tem sentimento. Imagina a pessoa que perdeu um parente vendo aquilo. Gera um descontentamento."


Considerado uma bússola da política nacional, Kassab também lembra que surgem dificuldades econômicas e há a volta de protestos de rua contra Bolsonaro, fatores usualmente essenciais na equação dos impedimentos presidenciais.

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Os golpes mais duros contra o Planalto saíram a partir da CPI da Covid, que ouviu citação ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).


Isso abriu a porta para novas revelações, como a acusação de um empresário de que houve pedido de propina numa tratativa sobre imunizantes, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo.

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A reação de Bolsonaro tem sido defensiva, alternando contradições de versões a acusações contra senadores da CPI e a imprensa.


Ele defende que a alternativa a Bolsonaro, caso esteja no cargo, e ao atual líder de pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem se chama Rodrigo Pacheco, o mineiro presidente do Senado que está de malas prontas do DEM para o PSD.

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"Pessoalmente, quero ele candidato, mas o partido ainda vai se definir. Ele encarna renovação com experiência, tem muito talento. Se elegeu deputado e já foi presidir a Comissão de Constituição e Justiça. Logo depois, se elegeu senador e, na sequência virou presidente da Casa."


Resta saber qual figurino Pacheco envergaria, dada sua pouca projeção nacional e a atitude ambígua ante o presidente, a quem evita criticar.

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Kassab diz, contudo, que até maio não deverá haver nenhum nome despontando em pesquisas que não Bolsonaro e Lula.
Aliados do presidente do PSD dão de barato que, num segundo turno sem Pacheco ou outra alternativa, Kassab irá de Lula –afinal, antes de ser ministro de Michel Temer (MDB), ele ocupara uma pasta sob Dilma Rousseff (PT).


Ele desconversa. Kassab crê que o líder petista "vive um processo de vitimização", com as sucessivas vitórias judiciais em cortes superiores, em casos da Lava Jato, depois que saiu da cadeia. "Mas ele vai ter de apresentar seus projetos ainda", afirma.

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Sobre outros nomes da dita terceira via, vê o governador João Doria (PSDB-SP), de quem foi aliado, como alguém que pena com alta rejeição, apesar de ter a defesa da vacina como ativo.


O presidenciável ex-ministro Ciro Gomes (PDT), por sua vez, "tem seus méritos, mas dificuldades de entrar à esquerda devido ao Lula, e com o centro ocupado".


Já outros citados, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que Kassab diz ter reconhecimento popular, ele considera "cedo" para avaliar.


Para apoiar Pacheco, obviamente se o plano der certo, Kassab conta com um arcabouço robusto de palanques do PSD nos cinco mais populosos estados brasileiros.


Terá o prefeito de Belo Horizonte, o popular Alexandre Kalil, disputando Minas. No Rio, o nome apoiado pelo prefeito da capital, Eduardo Paes, pescado recente do PSD.


Já na Bahia, a estrela da CPI Otto Alencar, hoje senador, deverá concorrer. No Paraná, o incumbente é Ratinho Jr. Cereja do bolo, deverá contar com o ex-governador Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, em São Paulo.


Prefeito de São Paulo de 2006 a 2012, Kassab acompanha de perto os movimentos no estado. Percebeu a estrada fechada a Alckmin no PSDB desde que Doria, desafeto do ex-governador, trouxe o seu vice, Rodrigo Garcia, do DEM para o partido.
No PSDB, ainda há quem tente convencer Alckmin a ficar e disputar prévias, mas a hipótese é remota.


Entre os outros candidatos no maior estado do país, Kassab vê Garcia carregando consigo a rejeição a Doria, Paulo Skaf (MDB) e Márcio França (PSB) como "bons quadros, com recall", e o PT, que deve ir de Fernando Haddad, "numa recuperação boa, mas São Paulo sempre é difícil para eles".


Kassab se mostra preocupado com dois desenvolvimentos no Congresso: o voto impresso e o chamado distritão, sistema no qual são eleitos candidatos mais votados em cada cidade ou estado e não há votação em legendas.


Para ele, há defensores de boa-fé da auditagem impressa, mas também os de má-fé, que buscam usar isso para criar instabilidade em caso de derrota nas urnas.


Já sobre o distritão, ele afirma que se o Congresso Nacional o aprovar, "tem de acabar o financiamento público de campanhas políticas".


"Uma coisa é dinheiro para partido, outra é para pessoas. Será a primeira coisa que pediremos ao Supremo Tribunal Federal", afirmou.


Fiel ao estilo que o acompanha desde que fundou o PSD em 2011, Kassab tem buscado um voo solo para o seu partido, acusado de ser uma amálgama amorfa do ponto de vista ideológico.


Para seus críticos, além de não ser "nem de direita, nem de esquerda, nem de centro", tal flexibilidade o acomodaria facilmente a quase todos os arranjos políticos.


Para seus críticos, além de não ser "nem de direita, nem de esquerda, nem de centro", tal flexibilidade o acomoda facilmente a quase todos os arranjos políticos. Isso é fato, mas a classificação dele como mais um integrante do centrão é incorreta.


Um exemplo é a aproximação proposta por Bolsonaro quando trouxe o deputado Fábio Faria (PSD-RN) para o seu ministério, no escopo de sua aliança com o centrão costurada em 2020.


Kassab sempre insistiu que seu partido seguiria independente. Ao fim, com o Planalto acuado, hoje o PSD está na linha de frente contra o governo com Omar Aziz (AM) na presidência da CPI.

Faria, aliás, está indo para o PP do líder do centrão Arthur Lira (AL), o presidente da Câmara cuja fidelidade ao Planalto é considerada canina –ao menos até quando analisar um pedido de impeachment for, usando a expressão de Kassab, inevitável.


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