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Operação Abismo

'Imperador do samba', ex-tesoureiro do PT nega propina e diz incentivar escolas

Agência Estado
28 jul 2016 às 11:34

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O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, alvo de mandado de prisão na Operação Abismo, 31ª fase da Lava Jato, afirmou em depoimento à Polícia Federal que "não tem conhecimento da existência de cartel de empresas que atuaram em licitações da Petrobras" e negou ter recebido propina de empreiteiras sobre obras da estatal. Paulo Ferreira foi tesoureiro da legenda entre 2005 e dezembro de 2009.

A Operação Abismo aponta que o ex-vereador do PT, em Americana (SP) Alexandre Romano, o Chambinho, intermediou propinas sobre obras do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) para Paulo Ferreira, que "teria recebido os valores na condição de agente do Partido dos Trabalhadores".

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Os investigadores da Abismo afirmam que parte da propina destinada a Paulo Ferreira, sobre obras do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio, foi direcionada para a escola de samba Estado Maior da Restinga, em Porto Alegre.

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Os investigadores descobriram que a madrinha de bateria da Estado Maior da Restinga, Viviane Rodrigues, recebeu uma espécie de "mensalinho", abastecido com parte de propinas que teriam sido destinadas ao ex-tesoureiro do PT. Chambinho entregou à Procuradoria da República recibos de depósitos para a madrinha, a pedido de Paulo Ferreira. Entre 2010 e 2012, a sambista teria recebido R$ 61,7 mil em 18 parcelas.

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À PF, o ex-tesoureiro afirmou que "conhece a escola de samba Sociedade Recreativa e Beneficente Estado Maior da Restinga, Viviane da Silva Rodrigues e Sandro Ferraz, bem como o presidente de tal escola". Disse ainda que "recebeu o título de imperador do samba do Rio Grande do Sul, que possui relação com o setor da cultura popular" do Estado e que "incentiva as escolas de samba, por meio de modalidade de financiamento, a exemplo de leis de incentivo".


Ferreira declarou à PF que conhece Chambinho desde 2006. O ex-vereador do PT foi preso em 2015 na Operação Pixuleco, fase da Lava Jato. Fez delação premiada e ganhou regime domiciliar. O ex-tesoureiro disse ser padrinho de casamento de Chambinho e não ter negócios com o ex-vereador do PT.

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"Não recebeu valores em espécie de Alexandre Romano; em razão da relação de amizade e confiança que depositava em Alexandre Romano, acabou recebendo dele ajuda para a arrecadação de recursos para sua campanha para deputado federal em 2010", disse Ferreira no seu depoimento. "O dinheiro vinha de empresas que financiavam a sua campanha, bem como de recursos próprios de Alexandre Romano", completou.


Paulo Ferreira declarou que "não tem conhecimento de empresas de construção que teriam efetuado oferta e/ou pagamento de valores a funcionários da Petrobras". O ex-tesoureiro do PT disse ainda que não conhece o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e nem o ex-gerente executivo da companhia Pedro Barusco, um dos delatores de esquema de corrupção investigado na Lava Jato.

Segundo a Procuradoria da República, o esquema investigado na Abismo envolveu diversas empresas que pagaram mais de R$ 39 milhões em vantagens indevidas para empresa participante do certame, para Diretoria de Serviços e Partido dos Trabalhadores.


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