A tese da existência de um mandante por trás do atentado à Promotoria de Investigações Criminais (PIC) não foi descartada no inquérito policial concluído nesta quarta-feira. A hipótese contradiz o secretário de Segurança Pública do Estado, José Tavares, que duvida que o crime teve um idealizador. O processo foi entregue na Central de Inquéritos, onde o Ministério Público apresentará, em cinco dias, parecer sobre as investigações. Nove pessoas foram indiciadas.
O nome do suspeito de ser o mandante estaria citado no inquérito. A identidade é mantida sob sigilo. Ele apareceu durante o cruzamento de informações colhidas nos depoimentos dos executores do incêndio e na quebra do sigilo telefônico dos acusados. O corregedor da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira, e a delegada-chefe da Divisão de Narcóticos (Dinarc), Leila Bertolini, entregaram o processo na Central de Inquéritos. Acatando ordem judicial de não se manifestar, eles não deram entrevistas.
Mesmo com a identificação dos autores e do possível mentor intelectual, o atentado ainda é um mistério. O segundo tenente Alberto Silva Santos, apontado como o único que poderia denunciar o mandante, disse que só vai falar em juízo. Santos teria sido recrutado para reunir o grupo que cometeu o atentado. O policial civil Edson Clementino da Silva, o "Lambe-Lambe", confessou apenas que foi contratado para dirigir o carro de Santos até a PIC. O tenente e o taxista Alexsandro Ribeiro, o "Magrão", incendiaram a promotoria.
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O sargento Ademir Leite Cavalcante, que está preso, e o advogado Antônio Pellizzetti também foram indiciados. Com a quebra do sigilo telefônico, a polícia descobriu ligações entre Cavalcante e o tenente no dia do atentado. O envolvimento de Pellizzetti ainda não está claro. O que foi apurado é que o advogado recebeu ligações do tenente poucas horas depois do atentado. Ainda há outras duas pessoas indiciadas que não tiveram os nomes divulgados.
Leia mais em reportagem de Dimitri do Valle, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira