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Inquérito sobre espionagem pode ser reaberto em Londrina

Rodrigo Souza Grota - Folha de Londrina
26 mai 2001 às 16:09

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Inquérito da Polícia Federal (PF) em Londrina pode ser reaberto após a instalação da CPI dos Grampos na Assembléia Legislativa. A denúncia apresentada em novembro de 1996 pelo advogado do PSDB londrinense, Alexandre Hauly Camargo, indica que envolvidos no suposto esquema de escuta telefônica no Palácio Iguaçu estiveram em Londrina durante a campanha eleitoral de 1996, em que Antonio Belinati (sem partido) tornou-se prefeito pela terceira vez.

Segundo o advogado, o governo estadual enviou a Londrina diversos funcionários públicos para apoiar a campanha do prefeito cassado, marido da vice-governadora, e grande aliado político na época do próprio governador Jaime Lerner (PFL). Alexandre Hauly acrescenta que uma aeronave do governo estadual trouxe a Londrina diversos equipamentos utilizados em espionagem, semelhantes aos que constam na denúncia sobre escuta telefônica no Palácio Iguaçu.

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Para o delegado da PF Sandro Roberto Viana dos Santos, o inquérito pode ser reaberto quando surgirem fatos novos na CPI: "Qualquer novo elemento que contribua para a investigação daquele inquérito pode determinar sua reabertura imediata". O inquérito foi arquivado em março de 1999 pela juíza eleitoral Lídia Maejima, que alegou a inexistência de provas para punir os culpados por supostos crimes eleitorais.

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Três dos principais envolvidos no escândalo dos grampos telefônicos estiveram em Londrina naquela campanha eleitoral: o secretário chefe do gabinete do governador Gerson Guelmann; o chefe da Casa Militar do Palácio Iguaçu Coronel Luis Antônio Borges Vieira; e o técnico em telefonia Gilberto Maria Gonçalves.

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Borges Vieira prestou depoimento em novembro de 1997 na sede da Superintendência Regional do Departamento da PF em Curitiba, mas negou que tenha vindo naquela época a Londrina para participar da campanha de Belinati. Segundo Borges Vieira, "os deslocamentos de aeronaves pertencentes ou fretadas ao governo do estado para a cidade de Londrina são normais, já que a vice-governadora reside nesta cidade".


Guelmann prestou depoimento no mesmo dia que Borges e confirmou ter participado da campanha de Belinati em Londrina. O secretário chefe do gabinte do governador negou a utilização de funcionários públicos por parte do Estado para integrar a campanha eleitoral. Guelmann disse que integrou o comitê de Belinati no período de 25 de outubro e 15 de novembro de 1996, época em que estava licenciado de seu cargo. Segundo a denúncia do PSDB londrinense, Guelmann, mesmo licenciado, recebeu neste período do governo a Contribuição do Fundo de Pensão, o que configuraria ato inconstitucional.

No inquérito aberto pela PF, consta o cadastro de diversos membros da Casa Militar do Palácio Iguaçu e do técnico em telefonia Gilberto Gonçalves em um hotel da cidade. Gonçalves justifica no cadastro que viajava a serviço da empresa Movimento Corações Curitibanos. Gonçalves nunca foi ouvido pela PF neste inquérito.


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