O governador Jaime Lerner (PFL) anunciou apoio incondicional à candidatura do ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB) à presidência da República. A decisão já havia sido tomada, mas foi formalizada somente nesta segunda-feira, dois dias depois da renúncia da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), adversária de Serra. ''Não me manifestei antes por razões éticas. Agora o PFL está sem candidato e a hora é a de apoiar o PSDB'', declarou Lerner.
A decisão do governador bate de frente com a orientação do presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, que ainda não definiu que rumo o partido vai tomar, depois da saída de Roseana. Lerner não acredita na aliança do PFL com o PPS do ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes, hipótese discutida em Brasília.
''Minha posição é bem clara. Serra é o candidato mais preparado'', disse. O governador reafirmou a necessidade de se manter a aliança PSDB-PFL-PMDB que elegeu e reelegeu Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994 e em 1998. Lerner tem dito que a união dos três partidos é fundamental para garantir a governabilidade do País.
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Lerner criticou as exigências do PFL de retirada da candidatura de Serra para apoio de um outro nome, que poderia ser o do deputado federal Aécio Neves. ''A saída de Serra é irreal. Isso não vai acontecer. O PFL não pode exigir a retirada da candidatura dele. O partido não deveria se deixar levar por sentimentos de vingança'', assinalou.
Apesar das divergências internas com a cúpula do PFL, Lerner disse que não pretende sair do PFL, partido ao qual está filiado desde 1997, depois de uma tentativa frustrada de filiação junto ao PSDB, comandado na época pelo senador Alvaro Dias, hoje no PDT e opositor ao governo. ''Não penso em mudar de sigla. Nunca me senti tão livre como me sinto nesse momento'', disse.
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