Em duas horas e meia de depoimento à Justiça Federal, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) negou as acusações contra ele de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Ele negou ter recebido R$ 50 mil do publicitário Marcos Valério para favorecer a agencia SMP&B na Câmara dos Deputados, em dezembro de 2003, no tempo em que presidia a Casa.
O deputado afirmou que não teve participação na escolha dos integrantes da Comissão Especial de Licitações, que escolheu a agência de Marcos Valério para prestar serviços à Câmara. Segundo ele, oito agências concorreram. O contrato firmado com a SMP&B totalizou R$ 9 milhões.
Segundo o advogado do deputado, Alberto Toron, "num contrato de R$ 9 milhões, receber R$ 50 mil é um absurdo". Para o advogado, é absurda a acusação, já que o valor supostamente recebido é irrisório diante do montante do contrato.
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João Paulo é um dos 40 acusados no esquema que ficou conhecido como mensalão, que consistiria no pagamento de mesadas a deputados para aprovar projetos de interesse do governo. O esquema foi denunciado em 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
A denúncia contra os 40 acusados foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República (PGR) em 2006 e acatada pelo tribunal em agoto deste ano. Em novembro, o STF converteu o processo em ação penal e os acusados passaram a responder como réus.
O relator do caso no STF, ministro Joaquim Barbosa, autorizou juízes federais de oito estados e do Distrito Federal a interrogar os acusados e receber a defesa prévia dos réus, como forma de agilizar o andamento.
Na tarde desta segunda-feira presta depoimento o deputado federal José Genoino (PT-SP).
ABr