De nanico a azarão. Dos 2% de intenção de voto à Prefeitura de Londrina. A vitória nas eleições de 2012 surpreende até hoje Alexandre Lopes Kireeff, que após um ano de mandato garante não pensar em um projeto de poder para se reeleger no cargo. "Meu compromisso são quatro anos. Não fui eleito para fazer campanha para ninguém. Nem para mim mesmo", garantiu em entrevista exclusiva ao Portal Bonde/Folha de Londrina.
Antes de se candidatar à Prefeitura de Londrina pelo PSD, Kireeff tentou ser deputado federal pelo PMDB nas eleições de 2010, mas não obteve sucesso. Conhecido no meio agropecuário por presidir a Sociedade Rural do Paraná (SRP), ele defendeu durante a campanha para prefeito um perfil técnico. Foi eleito prometendo renovar o modo de se fazer política em Londrina, garantindo ao londrinense que não iria se utilizar de meios retrógrados para tocar a máquina pública. Questionado sobre os obstáculos impostos por esta mesma máquina no primeiro ano de seu mandato, Kireeff foi taxativo: "o critério continua sendo técnico. O meu governo não é de coalisão, é de posição".
Mesmo alçado ao cargo mais importante do município, Kireeff foge do rótulo de político profissional. "Sempre tive uma atuação política muito intensa, desde quando fui presidente da Rural já tinha essa interação com outras autoridades. Isso não é novidade para mim. Agora, não posso ser político profissional, aquele que usa a política para se perpetuar no poder, que trabalha em torno de projetos de poder e não de projetos de governo. Eu não sou esse tipo de gente não".
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Eleições 2014
O prefeito de Londrina garantiu que vai se manter longe dos palanques eleitorais no pleito do próximo ano, com disputas no governo federal e estadual. A decisão vale mesmo se for intimado pelo seu partido, que já se posicionou nacionalmente a favor da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). "Eu não recebo ordens deste tipo. Não recebo. Não fui eleito para me aliar a ninguém e me sujeitar a nenhum tipo de política partidária eleitoral", observou.
As eleições de 2014 devem ser polarizadas no Paraná pelo governador Beto Richa (PSDB), que tentará reeleição, e pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT). O senador Roberto Requião (PMDB) e o empresário Joel Malucelli, do PSD de Kireeff, também podem lançar candidatura própria.
O prefeito reconhece que o fato de ser um dos principais nomes do PSD no país por conta da vitória surpreendente em Londrina pode despertar o interesse de candidatos em campanha, mas reitera o posicionamento firme. "Estou em torno de um projeto de governo de princípios. Fui eleito para governar Londrina. Pode acontecer de me procurarem, mas eu vou manter isso em mente. A minha prioridade é governar a cidade".
Reforma
Kireeff admitiu que pode começar o próximo ano mexendo no secretariado municipal. Ele está atrás de um novo presidente para o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). O secretário de Obras, Sandro Nóbrega, que acumulava a presidência do instituto, deixou o cargo na última semana. A arquiteta Inês Dequech está à frente do órgão de modo interino.
O prefeito também deve ficar sem chefe de gabinete no próximo ano. Márcio Correia pretende deixar o cargo para se dedicar exclusivamente à presidência da Fundação de Esportes de Londrina (FEL).
A permanência de secretários está diretamente ligada às metas traçadas com cada pasta no início do mandato. É por isso que, segundo Kireeff, alguns podem deixar os cargos no começo de 2014, quando novos objetivos vão ser estabelecidos. "Não sei se todos os secretários têm vontade de dar continuidade aos trabalhos", admitiu, sem citar nomes.