A Justiça Federal de Curitiba acatou na segunda-feira (28) nova denúncia referente a operação Lava Jato, feita pela Ministério Público Federal (MPF), contra nove pessoas pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Com a decisão, tornam-se réus na ação penal a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, Cleverson Coelho de Oliveira, Faiçal Mohamad Nacirdine, Iara Galdino da Silva, João Huang, Juliana Cordeiro de Moura, Luccas Pace Junior, Maria Dirce Penasso e Rinaldo Gonçalves de Carvalho.
Entre os crimes financeiros especificamente imputados, os acusados teriam, entre 03/05/2013 a 29/11/2013, promovido a evasão fraudulenta de US$ 5,2 milhões, mediante celebração de 91 contratos de câmbio fraudulentos para pagamentos de importações fictícias, utilizando a empresa de fachada Da Vinci Confecções Ltda.
Segundo a ação penal, para realização das fraudes, além da utilização da empresa de fachada no Brasil, também teriam sido constituídas diversas empresas ``off-shores´´ no exterior meramente de fachada, para figurarem como fornecedoras nas importações fictícias.
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Outras empresas de fachada teriam sido utilizadas para a prática das fraudes similares e para movimentação financeira no mercado de câmbio negro pelo grupo criminoso dirigido pela acusada Nelma, como a Aquiles e Moura Comércio de Imagens Ltda., Greta Comércio de Confecções Ltda., Mezuma Três Irmãs Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda. - ME, EQMED - Comércio de Máquinas e Equipamentos Ltda. ME, e Império Import Assessoria e Consultoria em Importação e Exportação Ltda.
Conforme a denúncia do MPF, os recursos evadidos pela organização criminosa comandada pela denunciada Nelma seguia o seguinte fluxo: ``recebido o dinheiro de seus clientes, eram depositados em contas que controlava, em nome de laranjas, muitas vezes com depósitos em espécie, em valores acima de cem mil reais. Após, fazia o dinheiro transitar entre várias dessas contas que controlava - por estarem em nome de testas-de-ferro ou de laranjas. Em outros termos, até chegar às empresas que simulavam as importações, havia um complexo sistema de movimentação de valores em nome de diversas empresas de fachada, mediante depósitos parcelados, depósitos entre empresas do grupo, bem como depósitos e saques de valores em espécie - muitas vezes valores acima de cem mil reais -, caracterizando também lavagem de capitais, por meio da ocultação da sua origem ilícita´´.
A denúncia ainda abrange a tentativa da prática de crime de evasão de divisas por Nelma, quando foi surpreendida e presa em flagrante no dia 15 de março, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, embarcando para Milão, na Itália, na posse de duzentos mil euros sem a Declaração de Porte de Valores. Ela segue presa na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba.