O Palácio Iguaçu ainda não divulgou oficialmente os motivos das viagens que o governador Jaime Lerner (PFL) deve fazer aos Estados Unidos - uma no início de fevereiro e outra em março. O presidente em exercício da Assembléia Legislativa, deputado Caíto Quintana (PMDB), está aguardando a chegada do pedido de licença e já avisou que vai autorizar as viagens. A informação repassada ontem pelo gabinete do governador era que a partir desta quarta-feira todas as informações sobre o assunto serão divulgadas, caso o governador confirme realmente se embarca ou não.
Informações extra-oficiais - que a Secretaria de Comunicação não pôde confirmar - dão conta que o governador embarca para Nova York no início de fevereiro, onde vai receber um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU). A natureza do prêmio não é conhecida pela assessoria de imprensa do governo.
Lerner receberia um prêmio do Conselho Internacional de Comunidades Solidárias, pelo trabalho do governo com idosos. Em março, apresentaria à ONU as Vilas Rurais, um programa do governo do Estado. Essas seriam a 39ª e 40ª viagem do governador desde que assumiu, em 1995.
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O deputado Nereu Moura, líder do PMDB na Assembléia, disse que a oposição está "inconformada com as frequentes ausências" do governador. "São viagens fantasiosas, ninguém sabe que prêmio ele vai receber. O governador sempre faz isso quando explodem crises", comentou o peemedebista. "Somando tudo, já dá quase um ano fora do País", emendou Moura.
Pelo menos três problemas estouraram recentemente no Paraná: a crise das montadoras - que o governo anuncia como segundo maior pólo automotivo do País -, a paralisação dos caminhoneiros, e a privatização da Copel, que tem recebido ácidas críticas por parte da oposição.
Caíto Quintana preferiu não polemizar em torno do assunto. "Como chefe do Executivo, o governador deve saber de seus motivos. Não é nosso papel funcionar como censores". Segundo o deputado, a Assembléia não pode deixar de conceder a licença apenas por "birra". Caíto espera a mensagem com o pedi do de licença para o dia 3 ou 4 de fevereiro. Lerner partiria no dia 6. Durante o recesso, o presidente da Casa pode autorizar a viagem "ad referendum" sem precisar votar a matéria em plenário.