O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), tornou-se alvo de quatro representações protocoladas nesta quarta-feira (16) pelas lideranças do PSDB na Câmara e no Senado. Em nota do PSDB distribuída à imprensa, o líder tucano na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), diz que Lupi "mentiu ao Parlamento e ao povo brasileiro" e que é necessário haver uma investigação aprofundada sobre a conduta do ministro e sobre as denúncias envolvendo a pasta do Trabalho.
"A situação do ministro se complica diariamente, a cada nova denúncia. Ele veio à Câmara na semana passada, disse que não havia viajado com Adair Meira, que preside ONGs que, depois, receberam recursos do Ministério do Trabalho. Foi desmentido por fotos e vídeo. Ou seja, ele mentiu ao Parlamento e ao povo. Sua permanência é insustentável. Ele daria uma boa demonstração de seu espírito público se deixasse o cargo", cita Nogueira, em nota à imprensa.
Segundo informa o PSDB, as representações protocoladas hoje foram as seguintes:
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- À Comissão de Ética Pública da Presidência da República, solicitando que a Comissão sugira à presidente Dilma Rousseff a demissão do ministro Lupi por infração aos padrões éticos pelo recebimento de transporte em desacordo com a regra do art. 7º do Código de Conduta da Alta Administração Federal.
- À Procuradoria Geral da República - assinada pelos líderes do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, e no Senado, Álvaro Dias, solicitando a abertura de investigação, perante o Supremo Tribunal Federal, em face dos crimes de responsabilidade imputados ao Ministro de Estado. A representação também requer a perda do cargo e suspensão dos direitos políticos do investigado e apuração de outras infrações penais conexas ao crime de responsabilidade. A representação baseia-se no fato de o ministro ter mentido durante seu depoimento na Câmara dos Deputados.
- À Procuradoria da República no Distrito Federal - também assinada por Nogueira e Dias contra o ministro Lupi, Weverton Rocha, deputado Federal, Ezequiel de Souza Nascimento, ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, e Adair Meira, dirigente de ONGs. A representação tem por base denúncia de prática de improbidade administrativa pelo uso de avião particular custeado por organizações não governamentais com convênios firmados com o Ministério do Trabalho. A representação pede a abertura de inquérito civil para fins de apuração da prática de prevaricação por parte dos representados.