O Ministério Público Eleitoral (MPE), em Londrina, instaurou investigação contra o vereador eleito para a legislatura 2017-2020, Filipe Barros (PRB), por suposta compra de votos durante as eleições municipais. A denúncia anônima foi enviada à Justiça Eleitoral por meio do aplicativo "Pardal" – canal para encaminhamento de fotos e vídeos, usado este ano pela primeira vez em todo o País pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – e se refere a um evento realizado nos dias 25 e 26 de setembro, na Avenida Harry Prochet, zona sul, "no estilo showmício", diz o denunciante.
A possível "captação ilícita de sufrágio" teria ocorrido no evento conhecido com "Quarta-reaça", com a presença do candidato, onde havia, inclusive, Food Trucks "com o suposto oferecimento e entrega de alimentos aos eleitores, em frente ao QG do então candidato, com o intuito de obter-lhes voto", escreveu a promotora eleitoral designada para o caso, Sonia Regina de Melo Rosa, na abertura do procedimento. Por se tratar de apuração de crime eleitoral, que pode resultar na cassação do registro de candidatura ou do diploma, a investigação corre na 41ª zona eleitoral de Londrina, entretanto, o promotor titular, Marcelo Briso, declarou a própria suspeição para atuar.
De acordo com a Lei das Eleições (lei 9.504/1997), a compra de voto se caracteriza se o candidato "doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza", mesmo quando não há pedido explícito de votos. Barros teve 4,2 mil votos.
Leia mais:
Lula tem dreno removido, segue lúcido e bem, informa boletim médico
Câmara de Londrina vota Orçamento e Plano Diretor em sessão extraordinária
Câmara aprova castração química para condenados por pedofilia
Um sucesso, diz médico de Lula sobre procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos
Procurado pela reportagem, o vereador eleito, que será ouvido no MPE nesta quinta-feira (27), negou irregularidades e, mantendo o discurso político de direita, Barros atribuiu o caso "à perseguição política da candidatura".
Ele disse que levará documentos à promotoria comprovando que a denúncia, feita por "pessoa diretamente ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT)", não é verdadeira, "visa, meramente, perseguir ideologicamente nosso mandato conquistado democraticamente nas urnas e que este grupelho de pessoas, que foram banidas da Câmara Municipal, tem tentado desvirtuar". Sobre a "Quarta-reaça", ele explicou que "era realizada dentro do comitê, para a discussão política, enquanto o Food Truck estava do lado fora, por vontade própria, e cada um pagava o que quisesse". "Eu sou advogado, especialista em direito eleitoral, eu sei bem o que pode e o que não pode", afirmou.