O advogado Maurício Carneiro protocolou na tarde desta quarta-feira (28) um requerimento na Câmara Municipal, que pede a realização de eleições indiretas para o cargo de prefeito de Londrina.
Segundo o advogado a cidade está "sem prefeito", pois Gerson Araújo (PSDB) não tem "legitimidade" de permanecer a frente do Executivo. "Conforme a Lei Orgânica do Município, a Câmara deveria ter convocado a eleição até 30 dias após o prefeito assumir o cargo. Neste caso, o próprio Araújo poderia ter concorrido para permanecer no cargo até o final do ano", explicou em entrevista ao portal Bonde.
Ainda conforme Carneiro, o prazo para as eleições indiretas venceu no dia 30 de outubro, o que pode colocar em risco as ações da atual administração a partir desta data devido aos questionamentos jurídicos. Se uma nova eleição for realizada, Araújo não estará apto a participar e um novo prefeito será constituído para mandato tampão de aproximadamente 30 dias, antes de Alexandre Kireeff (PSD), eleito nas urnas em outubro, assumir o Executivo no dia 1º de janeiro. Seria o quinto prefeito de Londrina entre 2008 e 2012.
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Araújo, ex-presidente da Câmara, renunciou o cargo de vereador para assumir a Prefeito de Londrina em setembro, após a prisão e renúncia do ex-prefeito José Joaquim Ribeiro, que confessou o recebimento de propina.
A assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Londrina afirmou que o documento se tornará público na sessão desta quinta-feira (29). A Procuradoria Jurídica e a Presidência da Casa ainda vão se reunir para divulgar o posicionamento do Legislativo sobre o caso.
Em entrevista à rádio CBN Londrina, o prefeito Gérson Araújo declarou que recebeu a notícia com surpresa, mas disse que está tranquilo e aguarda posicionamento dos advogados da Câmara. Araújo afirmou que não tinha conhecimento da possibilidade do mandato tampão ser questionado na Justiça. "O que eu sabia, por meio dos advogados, é que em 30 dias alguém poderia entrar com este tipo de pedido. O mês passou e ninguém entrou com pedido, então, não tem problema nenhum", argumentou.
O atual prefeito ainda criticou o questionamento jurídico, justificando que o problema pode atrapalhar o trabalho no Executivo. "Depois que Londrina passa por dificuldades tão grandes, com praticamente quatro prefeitos, nós estamos aqui conseguindo uma pacificação e alguém ainda tem coragem de entrar com um pedido desse", reclamou.