Londrina terá nas eleições de 2022 um recorde de vereadores dedicados à campanha eleitoral. Dos 19 parlamentares da atual legislatura, 13 serão candidatos, sendo sete para deputado estadual e seis para federal, como mostrou a reportagem da FOLHA na sexta-feira (29). Em 2018, foram apenas quatro vereadores que disputaram uma vaga na AL (Assembleia Legislativa) e um parlamentar que concorreu para a Câmara dos Deputados. Já em 2014, oito dos 19 vereadores buscaram cadeiras em Curitiba ou Brasília.
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Entretanto, a taxa de sucesso tem sido baixa. Em 2014, nenhum vereador alcançou o objetivo, e em 2018 apenas o então vereador Filipe Barros (PL), puxado pela onda bolsonarista, conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados, representando Londrina no Congresso à época pelo PSL.
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Para o professor de ética e filosofia política da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Elve Cenci, o número excessivo de vereadores candidatos prejudica as chances de a cidade aumentar a representatividade tanto na AL quanto na Câmara dos Deputados. "Se você analisar objetivamente, quantos desses nomes realmente têm chances de conquistar sucesso nessa campanha? O número de candidatos acaba diluindo os votos e muitos não são competitivos."
Segundo o analista político, a candidatura a deputado servirá mais como vitrine para o próprio vereador visando a próxima campanha municipal de 2024. "É uma oportunidade para ganhar visibilidade, visitar eleitores, e fortalecer o próprio nome", pontua. Cenci frisa ainda que essa iniciativa isolada dos vereadores acaba refletindo na falta de representatividade de Londrina, com poucos deputados na AL ou no Congresso.
"Você pode perceber claramente que estamos subrepresentados, em comparação com outras regiões como de Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa, por exemplo. Não só porque eleitores votam em candidatos de fora de Londrina, mas porque nossos votos estão diluídos e perdemos força política."