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Lula defende candidato próprio no PR

Valmir Denardin - Folha do Paraná
01 ago 2001 às 09:43

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O surpreendente crescimento do PT nas eleições municipais do ano passado no Paraná exige que o partido lance candidato próprio ao governo do Estado em 2002. A opinião é do presidente de honra e virtual candidato do partido à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele participa da Caravana da Agricultura Familiar pelo Sul do País, que encerra hoje sua etapa paranaense.

A afirmação foi feita ontem, durante encontro com lideranças rurais, em Guarapuava. Na platéia, estavam dois dos pré-candidatos do PT ao governo do Estado: o deputado federal Padre Roque Zimmermann e o deputado estadual Ângelo Vanhoni. No ano passado, o PT conquistou dez das 399 prefeituras no Paraná, entre elas as dos três principais municípios do Interior - Londrina, Maringá e Ponta Grossa. Em Curitiba, Vanhoni disputou o segundo turno com o prefeito reeleito Cassio Taniguchi (PFL).

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"Com o fenômeno que ocorreu, hoje somos uma força real no Paraná, com condições de termos candidatura própria", afirmou Lula. O fortalecimento do PT no Estado também é fundamental para seu projeto político. "Por ser um dos maiores colégios eleitorais do País, nosso crescimento no Paraná é crucial para sonharmos em ter um presidente e eleger uma grande bancada de deputados".

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Lula não se mostrou satisfeito com as conversas entre o senador Osmar Dias, que deixou o PSDB, com o presidente nacional do PT, José Dirceu. "O PT do Paraná existe. Se houver interesse do Osmar em se filiar, ele tem que conversar com os quadros do PT no Paraná". Lula negou que tenha conversado pessoalmente com o senador, como a imprensa chegou a noticiar. O tucano deixou o partido do presidente Fernando Henrique Cardoso. Já o irmão e também senador Alvaro Dias, enfrenta processo de expulsão do partido. Osmar e Alvaro assinaram o requerimento da abertura de uma CPI para investigar denúncias de corrupção no governo federal.

A resposta de Lula deixou Vanhoni aliviado. Segundo ele, o que ocorreu foi uma "sondagem mútua" entre Osmar Dias e lideranças nacionais do PT. Mas a conversa não teria evoluído para uma proposta de filiação. O possível ingresso do senador acirraria mais ainda a disputa pela indicação no partido.
Vanhoni disse à Folha que o PT deverá fazer coligações para as eleições do ano que vem, desde que indique o cabeça-de-chapa para o governo do Estado.


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