O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (15) a posição do governo da presidente Dilma Rousseff em relação à greve dos servidores federais. Na opinião de Lula, nem sempre é possível atender todas as reivindicações do funcionalismo público. "O governo tem de trabalhar com o dinheiro disponível. As pessoas, de vez em quando, precisam compreender que o governo não tem todo o dinheiro que a gente quando está fora pensa que tem. O dinheiro é limitado", disse o ex-presidente, após participar de uma sessão de fotos com candidatos a prefeito do PT e de partidos aliados.
Lula reconheceu que a greve é um direito dos trabalhadores, mas lembrou que o governo federal também tem o direito de atender ou não as reivindicações. "O governo nem sempre pode atender aquilo que as pessoas querem", disse.
Segundo Lula, Dilma está sensível às demandas da categoria. "A presidenta Dilma tem sensibilidade. Ela vive a angústia de não poder atender o que as pessoas precisam porque o dinheiro é curto", comentou. O ex-presidente lembrou o episódio de 2004, quando não pode reajustar o salário mínimo. "Eu fiquei muito magoado, muito chateado comigo mesmo", recordou.
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Lula ressaltou ainda que além das limitações financeiras, Dilma também tem outras demandas a atender, como de investir em infraestrutura. "Penso que a Dilma tem vontade de atender as pessoas, mas ela tem limitações orçamentárias, ela tem outras coisas para fazer: ela tem investimento em infraestrutura, que é importante para melhorar a vida do povo", destacou.
O ex-presidente afirmou que o governo federal está disposto a dialogar com os grevistas, mas ponderou que a prioridade da atual administração é com os mais pobres. "Ela (Dilma) quer ajudar as pessoas mais pobres, que não tem salário, e as pessoas precisam compreender isso", disse. Lula ainda afirmou que Dilma está se esforçando para resolver essas questões e que ela "vai acertar aquilo que puder acertar".
Lula também lembrou da crise financeira mundial. "As pessoas só precisam compreender que o mundo vive uma crise de grande repercussão, as coisas estão difíceis na Europa e nos Estados Unidos, e o Brasil, embora seja um País que sofre menos a crise, também está envolvido numa política globalizada", considerou.