O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar todo o Ministério ainda esta semana ou, no máximo, no início da próxima semana. As negociações começam em São Paulo, onde ele desembarca na manhã de quinta-feira, procedente do México.
De acordo com a Agência Brasil, na entrevista que concedeu ao chegar à Embaixada do Brasil em Washington, Lula disse que ainda tem alguns ajustes políticos para fazer e que não tem pressa em anunciar os novos nomes, porque esta é uma decisão de muita responsabilidade. "Acho que nós não temos que ter pressa, porque indicar um ministro não é uma brincadeira que eu possa indicar hoje a amanhã desfazer", resumiu.
Segundo ele, a escolha dos nomes que comporão o seu ministério está sendo feita com muita tranqüilidade, já que é necessário definir claramente, não só os nomes dos ministros, mas também os planos e metas que eles terão que cumprir. Lula afirmou que toda essa cautela tem um sentido, uma vez que pretende acompanhar de perto os trabalhos desenvolvidos pelos seus colaboradores mais proximos: " Eu serei um presidente que vai cobrar dos ministros, a cada tempo, o que está acontecendo em cada área, porque o povo não pode esperar muito", avisou.
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Sobre o anúncio que fez dos nomes da senadora Marina Silva (PT/AC) e do coordenador geral da equipe de transição de governo, Antônio Palocci, num evento público com a presença de cerca de 400 jornalistas brasileiros e estrangeiros no Clube Nacional de Imprensa dos EUA,
Lula disse que não cometeu nenhum ato falho ao revelar a indicação dos dois, a senadora para a pasta do Meio Ambiente, e o ex-prefeito de Ribeirão Preto para o Ministério da Fazenda. Lula já cogitava os dois nomes para os respectivos cargos, apesar de não ter comunicado formalmente essa decisão a eles.
Lula disse que não fez o convite a Marina Silva, mas tinha esperança de que ela aceitaria o cargo, o que já aconteceu, porque a senadora é uma das pessoas mais respeitadas no mundo quando se trata de política ambiental. "Eu fiquei feliz, pois fui informado que ela disse que se for convidada, vai aceitar", comemorou.
Em relação a Antônio Palocci, Lula assinalou que já pensava no nome do ex-prefeito de Ribeirão Preto para a função por conta do trabalho desenvolvido naquela cidade e pela forma como ele está encaminhando a transição de governo. "Ele tem se saído de forma excepcional nesse processo, pelo jeito dele ser, pela compreensão que ele tem da economia do Brasil, pela relação que ele tem feito com todos os segmentos da sociedade. E, na verdade, eu já vinha cogitando, há algum tempo, que o Palocci assumisse a pasta da Fazenda".
Lula fez um paralelo entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e Antonio Palocci para justificar a escolha: "se o presidente Fernando Henrique Cardoso pôs um economista para tomar conta da saúde, muito melhor eu colocar colocar um médico para tomar conta da nossa debilitada economia. Quem sabe se o Palocci for ministro da Fazenda e tratar da economia brasileira como um médico trata um paciente enfermo, certamente o povo vai gostar muito".