O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, em seu programa de rádio Café com Presidente, que o país precisa estar preparado contra adversários dos biocombustíveis. Segundo ele, o Brasil não pode abrir mão da defesa do etanol e do biodiesel, uma "matriz energética revolucionária já comprovada há 30 anos".
Jornais europeus afirmaram na semana passada que a União Européia não quer o "etanol sujo" vindo do Brasil e que a plantação de cana-de-açúcar poderia invadir o território da Amazônia. "Temos adversários que vão levantar todo e qualquer tipo de calúnia contra a qualidade do etanol, contra a qualidade do biodiesel", disse Lula.
Segundo o presidente, a tecnologia brasileira de biocombustíveis também significa distribuição de renda para países mais pobres. "Esse é um debate que o Brasil não tem de ter medo. Nós não vamos aceitar outra vez o cartel dos poderosos do mundo tentando impedir que o Brasil se desenvolva, tentando impedir que o Brasil se transforme numa grande nação."
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De acordo com Lula, afirmar que a produção de biodiesel pode causar interferência na produção de alimentos "é uma coisa totalmente descabida". O presidente ainda negou que a produção de biocombustíveis possa invadir o território da Amazônia.
"Portugal chegou aqui em 1500 e há 470 anos introduziu a cana no Brasil e a cana não chegou na Amazônia por uma razão simples: os portugueses descobriram há muito tempo que na Amazônia não é lugar de plantar cana porque a temperatura não é propícia para isso."
Na semana passada, na Bélgica, o presidente participou como convidado de honra da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, organizada pela Comissão Européia. Ele disse, em seu programa de rádio, que o encontro serviu também para cobrar uma posição mais clara dos países europeus em relação às altas taxas de importação de biocombustível brasileiro.
"É engraçado porque eles cobram impostos do nosso álcool, cobram do nosso biodiesel, mas não cobram do petróleo. (...) Hoje nós temos 20 países que produzem petróleo por 200 países. Com o biodiesel nós vamos poder ter mais de 100 países, ou seja, nós vamos democratizar a produção de combustível no mundo."
ABr