Ao visitar as obras da Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma pequena retrospectiva de seu governo. Ao citar outros presidentes, como Getúlio Vargas, que se suicidou, e João Goulart, que foi cassado pelo golpe militar em 1964, Lula disse que, em 2005, quando enfrentou as denúncias do mensalão, ficou sem saber que rumo a Presidência tomaria.
"Pensei: O que vão fazer comigo", indagou. "Eles tentaram em 2005, mas não sabiam que esse presidente era a encarnação do povo na rua. Esse país teve presidente que se matou, que foi cassado. Conversei com [José] Sarney na época. E disse que eles vão saber que não é o Lula que está na Presidência. É a classe trabalhadora brasileira", completou.
Lula disse que deixará a Presidência "com a cabeça tão erguida ou mais erguida" do que subiu. "Duvido que tenha presidente que tenha tido relação tão republicana como eu tive com governadores e prefeitos. Nunca perguntei a que partido pertenciam. Se tinham direitos, a gente repassava as coisas que tinha de repassar".
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Durante a inauguração, o presidente afirmou que a construção só foi possível por conta da presidenta eleita, Dilma Rousseff. "Foi ela que mudou o marco regulatório da questão energética no país e brigou para que pudéssemos ter esse projeto", disse.
Lula disse ter a expectativa de que Dilma faça muito mais obras do que ele próprio fez nos oito anos em que ficou na Presidência. "Ela conhece o Brasil como pouca gente conhece. Conhece a máquina por dentro como pouca gente conhece", comentou.
E lembrou que é preciso que os moradores que vivem na região e dependem da agricultura possam continuar trabalhando e tirando sua riqueza do solo. "Uma hidrelétrica tem de trazer beneficio para todos, mas, sobretudo, atender àqueles que estavam aqui antes da hidrelétrica chegar", afirmou.
A Usina de Estreito vai gerar 1.087 megawatts de energia. A potência é suficiente para abastecer uma cidade com quatro milhões de habitantes. A obra está 90% concluída e entra, agora, na reta final.