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Lula participou de outras negociações com imóveis que geraram suspeitas

Agência Estado
04 fev 2016 às 11:39

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O provérbio "amigos, amigos, negócios à parte" não vale para a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde o fim dos anos 1980, ele e seus filhos se utilizam de amizades para emprestar ou adquirir imóveis. Quase sempre, nos negócios, surge alguma relação que gera suspeita de órgãos de fiscalização.

Na semana passada, o Ministério Público decidiu que vai ouvir o ex-presidente sobre o negócio envolvendo um apartamento tríplex no Guarujá (SP) construído pela OAS Empreendimentos. Por meio de nota, Lula confirmou que visitou o imóvel ao lado do então presidente da empresa, Léo Pinheiro.

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Há 18 anos, Lula teve de explicar à Polícia Civil e ao MP como comprou um apartamento de cobertura em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, com a ajuda do advogado Roberto Teixeira. Compadre do ex-presidente, ele ajudou Lula a adquirir dois outros imóveis na cidade.

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Em 1989, Teixeira ficou conhecido nacionalmente por emprestar uma casa para Lula morar quando ele disputou pela primeira vez a Presidência da República. Entre 1996 e 2001, Teixeira ajudou Lula a adquirir três imóveis em São Bernardo do Campo. Em todos os casos, há o envolvimento de empresas em situação falimentar para as quais Teixeira prestou serviços advocatícios.

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Moradia oficial dos Lula da Silva, o apartamento de cobertura no edifício Green Hill foi comprado por sugestão de Teixeira. Ele trabalhava para Dalmiro Lorenzoni, dono da empreiteira que fez o prédio.


Em 1998, o Ministério Público abriu um inquérito para apurar um suposto crime de sonegação fiscal envolvendo Lula, Teixeira e a empresa. Na oportunidade, suspeitou-se que a incorporadora foi beneficiada por uma decisão da prefeitura de São Bernardo do Campo, anos antes, em 1991, quando administrada pelo PT. Então prefeito interino, Djalma Bom (PT) revogou a desapropriação de uma área de 3,3 mil da empresa de Dalmiro.

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Quatro anos depois, parte da área legalizada foi comprada pelo então vice-presidente nacional do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh. Um ano depois, em 1996, Lula comprou um apartamento em construção pela mesma Construtora Dalmiro Lorenzoni Construções.


Lula comprou o imóvel de Luiz Roberto Satriani, que prestava serviços de terraplenagem para Dalmiro. Em 1997, questionado na época, Satriani afirmou que vendeu o apartamento porque não tinha dinheiro para pagar o restante das parcelas.

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Aberto a pedido do Ministério Público em 1998, o inquérito policial só foi encerrado em 2003, quando Lula já havia tomado posse como presidente da República e Greenhalgh era deputado federal. Por conta disso, os autos foram remetidos para o Supremo Tribunal Federal.


Um ano depois, a Procuradoria-Geral da República solicitou o arquivamento e o STF atendeu ao pedido. Em 2005, o caso foi arquivado. Nem Teixeira nem Lorenzoni sofreram ações. Procurados pela reportagem nesta quarta-feira, dia 3, Lula e Greenhalgh não quiseram se manifestar. Lorenzoni não foi encontrado.

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Defesa


Procurado pela reportagem, o advogado Roberto Teixeira afirmou, por meio de nota, que "nunca houve intermediação" de imóveis para Lula. "Atuo como advogado do presidente e foi nessa condição que o orientei na aquisição dos imóveis", disse.

Sobre negócios com empresas em situação falimentar, Teixeira afirmou que "não houve nenhum problema jurídico na aquisição dos imóveis". O advogado disse ainda ser alvo de "um claro movimento que busca atacar" sua "honra". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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