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Mandante do incêndio da PIC pode ser preso hoje

Ellen Taborda - Folha do Paraná
15 jan 2001 às 11:50

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O delegado que investiga o incêndio criminoso no prédio da Promotoria de Investigações Criminais (PIC), Adauto de Oliveira, passou a tarde de ontem em busca de provas para prender, nas próximas horas, o mandante do atentado. A informação foi passada à Folha pelo delegado geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro.

Segundo uma fonte do setor de segurança do estado, o mandante do crime seria uma pessoa que foi citada nos depoimentos da CPI do Narcotráfico, ocorrida em março do ano passado. Ele teria planejado o crime para destruir provas que poderiam incriminá-lo e também comprometer outros policias civis e delegados.

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O suspeito de ser o mandante teria, inclusive, recolhido dinheiro (em torno de R$ 50 mil) de alguns denunciados na CPI para pagar o grupo que ateou fogo ao prédio da PIC, em 29 de dezembro. O investigador da Polícia Civil, Mauro Canuto, preso na sexta-feira, seria o responsável pelo rateio do dinheiro, segundo o mesmo informante. Os cinco acusados de envolvimento no incêndio criminoso teriam chegado a se reunir no escritório do mandante para discutir detalhes do atentado.

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Quatro dos cinco acusados de serem os autores do crime estão presos. São os policiais civis Mauro Canuto Castilho de Souza Machado e Edson Clementino da Silva, o sargento da Polícia Militar Ademir Leite Cavalcante e o técnico em eletrônica Sérgio Rodrigues de Oliveira. Até o início da noite de ontem, a polícia ainda esperava a apresentação do tenente da Polícia Militar (PM), Alberto Silva Santos, que teve as férias suspensas. A polícia está em contato com família do tenente Alberto e, assim que ele se apresentar, deve ser preso e passar a responder a processo disciplinar. Até o fechamento da edição, ele não havia informações sobre seu aparecimento.

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O sargento da PM, Ademir Leite Cavalcanti, que estava internado no Hospital da Polícia Militar, recebeu alta e foi transferido para o Batalhão da Polícia de Guarda, que fica ao lado do Presídio do Ahú, em Curitiba. O local onde estão presos os policiais civis Mauro Canuto, Edson Clementino da Silva e Sérgio Rodrigues de Oliveira foi mantido em sigilo por motivo de segurança.


Na casa de Oliveira, a polícia descobriu documentos falsos, coletes da Polícia Civil, pistolas, carimbos de juízes e delegados federais, além de gravações de escutas telefônicas. Segundo a polícia, o técnico em eletrônica era quem fazia grampo nos telefones da PIC.


A identificação dos autores do incêndio criminoso foi possível, segundo o secretário de Segurança Pública José Tavares, graças a uma série de erros cometidos. Os cinco deixaram, no local do crime, luvas cirúrgicas e galões de suco de fruta utilizados por um restaurante de propriedade de parentes do tenente Alberto Silva Santos. Os depoimentos dos vizinhos do prédio da PIC e do vigia José Aparecido Serpa Nunes também foram importantes para descobrir os autores.

Os dois policiais civis envolvidos no atentado já respondem a processos administrativos em investigações decorrentes da CPI do Narcotráfico. Os policiais militares devem também responder a processos. O secretário José Tavares afirmou que todos os policiais envolvidos no incêndio criminoso devem ser expulsos da corporação.


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