A crise enfrentada pelo setor da saúde de Londrina chamou a atenção de um grupo de internautas, que estão planejando convocar, por meio de um manifesto na rede social Facebook, o programa Custe o Que Custar (CQC), da TV Bandeirantes, para pelo menos tentar expor e até ajudar a resolver parte dos problemas já conhecidos pela população.
A falta de médicos nos postos de saúde e a superlotação dos pronto-atendimentos e hospitais são duas das principais queixas do londrinense que depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
E a situação, que já é complicada, começou a ficar ainda pior no mês passado, quando o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizada (Gaeco) deflagrou, no dia 10 de maio, a operação Antissepsia, investigando um suposto esquema de desvio de recursos públicos na área da saúde de Londrina.
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As investigações do Ministério Público ocasionaram a prisão de mais de 20 pessoas, entre empresários, conselheiros de saúde, agentes públicos e o até então procurador jurídico do município, Fidelis Canguçu, que continua detido.
Ações civis e criminais já movidas pelo MP envolvem também o nome do prefeito Barbosa Neto e da esposa dele, Ana Laura Lino, que são acusados de ter recebido propina para facilitar a contratação do Instituto Atlântico, uma das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) que teriam sido utilizadas no desvio da verba pública.
A intenção do grupo virtual, que já conta com o apoio de quase 9 mil internautas, é atrair a atenção da produção do CQC. "Vamos criar uma corrente, um manifesto. Moralização na administração de Londrina, através do CQC (PROTESTE JÁ)! Vamos chamar a atenção do programa com essa ação e fazer que o programa venha (à cidade) e nos ajude a colocar no eixo toda essa situação!", diz a descrição do evento criado na rede social.
O comunicado cita um dos quadros do programa: o "Proteste Já", apresentado nesta temporada do CQC pelo repórter Oscar Filho, já tratou de maneira descontraída e até engraçada, problemas que prejudicavam moradores de diversas cidades do país.
O quadro já esteve no Paraná: em uma das ocasiões, em novembro de 2008, expôs a falta de creches em Curitiba. A outra, que causou mais repercussão no estado, denunciou, em julho de 2009, a má distribuição de ônibus escolares pela administração do até então governador Roberto Requião (PMDB).
O CQC mostrou na reportagem dezenas de ônibus enfileirados em pleno Palácio das Araucárias. A atitude do programa humorístico gerou críticas de Requião que, desde então, já participou de diversas trocas de farpas com os autodenominados "homens de preto".