O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), começou a reunião da Mesa Diretora da Casa, que ocorre semanalmente às terças-feiras, de uma maneira inusitada. Maranhão chegou ao gabinete da presidência com uma carta e um pedido de desculpas aos parlamentares, fazendo uma mea-culpa pela anulação (e posterior reversão) do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os membros da Mesa já estavam preparados para pressionar o deputado a renunciar ao cargo. Alguns deputados que participaram do encontro afirmaram que ele foi "bombardeado" durante a conversa.
Após a investida, Maranhão se comprometeu a dar uma resposta sobre a sua permanência ou não na presidência até amanhã. Nesta quarta, inclusive, ele disse ao seu partido, o PP, que anunciará a sua posição até às 10 horas. Enquanto isso, o segundo vice-líder da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR), já se coloca como novo presidente interino, no lugar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está suspenso. Giacobo declarou, após o encontro, que tem o apoio de todos os membros titulares da Mesa, já que a "sugestão" pela renúncia ou o afastamento de Maranhão foi unânime, com a consciência de que ele seria o próximo na linha sucessória.
Caso Maranhão não queira renunciar, os deputados da Mesa sugeriram que ele peça o seu afastamento do mandato de deputado federal por 120 dias, prazo máximo estabelecido pelo regimento para um parlamentar se ausentar da Câmara. Enquanto isso, acreditam, a situação de Cunha já teria sido resolvida e um novo presidente seria designado pela Casa. "Em 120 dias muitas coisas vão acontecer", afirmou Giacobo. Questionado pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que é suplente da Mesa, sobre a razão de o colegiado não ter agido da mesma forma contra atos irregulares de Cunha, Giacobo afirmou que "não se deve cometer um erro duas vezes" e que é preciso "aprender com o passado".
Leia mais:
![Imagem de destaque](https://netdeal.com.br/api/images/proxy?quality=80&width=500&src=https://s3.amazonaws.com/producao.spayce.com.br/1710685281239_imagens_bonde_1974.jpg)
Jair Bolsonaro insinua que Lula e STF querem facilitar seu assassinato
![Imagem de destaque](https://netdeal.com.br/api/images/proxy?quality=80&width=500&src=https://s3.amazonaws.com/producao.spayce.com.br/1712569226447_imagens_bonde_2190.jpg)
Para apoiar Tiago Amaral à Prefeitura de Londrina, Moro exige setor anticorrupção
![Imagem de destaque](https://netdeal.com.br/api/images/proxy?quality=80&width=500&src=https://s3.amazonaws.com/producao.spayce.com.br/1721926242406_mara_boca_aberta_e_expulsa_do_podemos_e_fica_sem_p0326308100202407251543_14.jpg)
Após conclusão de processo, Mara Boca Aberta é expulsa do Podemos em Londrina
![Imagem de destaque](https://netdeal.com.br/api/images/proxy?quality=80&width=500&src=https://s3.amazonaws.com/producao.spayce.com.br/1721920241924_belinati_e_maria_tereza_removem_videos_apos_supost0326306200202407241840_14.jpg)
Em Londrina, Belinati e Maria Tereza removem vídeos após suposta propaganda antecipada
O líder do PSOL na Casa, Ivan Valente (SP), disse que o partido não irá apoiar o afastamento de Maranhão, pois, antes de convocar novas eleições para a vice-presidência da Câmara, é preciso resolver a situação da presidência e dar sequência ao processo de Cunha no Conselho de Ética. "Agora vai entrar um segundo vice? Aonde vamos parar", questionou. Valente acusou os parlamentares de não terem pedido o afastamento de Cunha antes por ele representar uma ameaça a diversos políticos, entre eles o vice-presidente da República Michel Temer.
Mais cedo, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), afirmou que, caso a oposição não consiga convencer Maranhão a abdicar do cargo, eles devem recorrer ao plenário da Câmara, em ato inédito. As siglas que apoiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff pretendem sinalizar a Maranhão que "ninguém mais vai trabalhar com ele na Casa". "O momento pede cautela e precisamos ter um presidente à altura. Ninguém aguenta mais e não vamos tocar a Casa com um presidente pirado", disse Paulinho. O presidente do Solidariedade afirmou ainda que Maranhão demonstrou ser "bipolar" ao mudar de ideia sobre a anulação do processo de impeachment.