Policiais militares do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco), órgão ligado à Promotoria de Investigações Criminais (PIC), prestaram depoimento no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Eles falaram sobre as denúncias de que cinco integrantes do grupo teriam participado do suposto atentado a tiros ocorrido no dia 24 de abril deste ano, no escritório do advogado criminalista Peter Amaro de Sousa - que defende policiais militares que denunciaram o envolvimento do governo do Estado em escutas telefônicas clandestinas. Eles negaram qualquer participação no suposto atentado.
As denúncias tiveram como base um relatório, assinado pelo investigador Aleardo Righetto, que traz informações que teriam sido repassadas por um policial militar lotado no Serviço Reservado (P-2). O relatório diz que um carro Gol de cor branca, de propriedade do major Constantino Hristof, teria sido usado no suposto atentado. O major está lotado na Casa Militar e seria homem de confiança do coronel Luis Antonio Vieira, secretário-chefe da Casa Militar e acusado de omissão no caso das escutas telefônicas clandestinas instaladas em órgãos públicos.
O major teria contratado o tenente Elias Ariel de Souza, comandante do Gerco, para selecionar quatro homens de sua confiança e realizar o serviço. Teriam sido selecionados o cabo João Luis Szcezepanski (afastado do grupo recentemente por suspeita de participação no atentado à PIC), soldado Jorge Luiz Barbosa, soldado Edison Luiz Baura e soldado Cícero Marcos Samways dos Santos. Os disparos teriam sido feitos por Barbosa e Samways com pistolas 9 milímetros descritas no relatório.
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Os policiais do Gerco enviaram as armas de uso militar e pessoal para verificação no Instituto de Criminalística do Paraná para fazer confronto de balística com os projéteis encontrados no local do atentado. De acordo com o tenente Elias, nenhum militar do Gerco teme o resultado do laudo. "A denúncia é infundada e tem como intuito a desmoralização do grupo. Não teria lógica tentarmos atentar contra a vida do advogado, que era nossa testemunha no caso dos grampos que estão sendo investigados pela PIC", argumentou.
O delegado titular do Cope, Luiz Alberto Cartaxo de Moura, disse que o laudo do Instituto de Criminalística terá que ser orientado por ele para ter validade legal. "Vou produzir todas as provas necessárias para elucidação do caso, doa a quem doer", argumentou Cartaxo, presidente do inquérito. O diretor do Instituto de Criminalística, José Lourenço Bueno, confirmou que as armas dos policiais militares foram periciadas. "A própria PIC solicitou que fizéssemos a coleta dos padrões das armas. Aguardamos os projéteis para comparar e fazer o laudo", salientou.
Os projéteis têm que ser enviados para o confronto balístico pelo Cope. Após o envio, o Instituto de Criminalística terá uma semana para concluir os laudos.